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Mensagens

A mostrar mensagens de 2012

Corridas do Minho

O número um da Ilustração Católica (5 jul. 1913) inaugura com uma série de imagens de acontecimentos da vida nacional, de recantos de Braga (S. João da Ponte e Bom Jesus) e de dois acontecimentos da vida bracarense: o Circuito do Minho e as festas de S. João.  Das festas ao santo, publica-se a capela do precursor e um “aspecto das illuminações e ornamentações na avenida do Parque da Ponte”, imagens do fotógrafo Mira Neves. Do Circuito do Minho, corrida de “automóveis, motocycletas e bicycletas” promovida pelo Jornal de Notícias, que aconteceu a 8 de maio de 1913, fotografou-se a passagem dos automobilistas e ciclistas desde a esquina da rua dos Chãos com a Praça da República.  Carlos Fernandes foi o primeiro ciclista a ser apanhado pela máquina do “hábil amador bracarense” José Ernesto Esteves.  Ficou em primeiro lugar na categoria dos Fortes. No grupo dos Fracos, Alberto Fernandes, de Avelãs de Caminho, obteve o primeiro prémio, tendo feito o circuito em quinze horas e oi

o tempo da imagem

É já amanhã, sábado 29, às 22h30, que inaugura na Velha-a-Branca, uma improvável exposição de fotografia de arquivo, ao som da Velha & Louca , uma das comissárias da mostra! Não preciso de dizer para aparecerem, pois não?

projectar para divertir

grupo bracarense de cinematografia, 1922. E se fosse um grupo de raparigas, noventa anos depois, cara amiga ? (obrigada Fernando Mendes!)

matraca de pau

"E à frente do lugubre cortejo, soam as palhetas roucas do ruge ruge, raspando estridentemente o ar, riscando os nossos ouvidos. Outr'ora precedia este devoto cortejo uma brava malta que se encarregava de fazer publico exame de consciencia aos pavidos bracarenses, semi-ocultos nas trevas da noite, e eram acusados, deante de todos, de alguma picardia ou irregularidade que mais lhes aprazia se conservasse em segredo". Já não há esta costumeira, "mas ainda o ruge ruge faz ouvir os seus roucos rugidos". É assim que esta matraca de pau agitada pelos farricocos recorda pela tradição oral o que o seu som estridente anunciava...

grande plano geral

Chama-se plano geral - grande plano e é a última exposição do Reimaginar Guimarães . São cinco painéis com filmes feitos a partir de imagens fotográficas da colecção de fotografia da associação Muralha. São, mais uma vez , planos gerais e grandes planos de fotografias, oferecidos com um determinado tempo de visualização. Somos, mais uma vez, conduzidos (mas não obrigados), a ver e a rever (quantas vezes quisermos) o pormenor do grande plano e o plano do pormenor: duma narrativa construída a posteriori, da família que envelhece no estúdio do fotógrafo, das telas que enquadram as famílias e que deixam entrever os que dela queriam fazer parte, da folia (acompanhada de música) e das 4500 imagens que fazem parte da colecção. É, mais uma vez, uma exposição onde o imaginário tem lugar de primeira ordem. E mais não digo, porque não queria que acabassem nunca estas "exposições" de fotografias de arquivo que não são exposições de fotografias de arquivo. na Casa da

invencíveis!

Há anos que me intrigam as pequenas notícias que são publicadas nos jornais da primeira década do século XX acerca dos invencíveis. Intrigam, porque não se explica que grupo é este - apenas que fazem sessões de cinema, sauraus e etc - e porque gosto do nome. Invencíveis. Descobri hoje que a colectividade se chamou antes "grupo dramático beneficiente união". Ainda bem que mudaram de nome. O seu fim é mesmo o que tinha calculado, por outras palavras: "promover festas e attractivos que possam chamar ao nosso meio um certo numero de forasteiros concorrendo d'esta forma para o engrandecimento d'esta antiga e nobre cidade dos arcebispos". Os Invencíveis proporcionavam aos associados alguns passatempos na sua sede (local ainda desconhecido), como a leitura e jogos. Em 1907 foram eles que promoveram o "cortejo nocturno" nas "festas joanninas", para o qual compraram "um esplendido carro triumphal". Mas os sócios estavam mesmo animad

amor aéreo

No verão de 1924 a imprensa bracarense publicou uma "recomendação" curiosa aos leitores: nas festas da Avenida, dias 5 e 6 de julho, para que os festejos se revestissem de maior brilho, todos deviam possuir o querido “Balão Amor Aéreo”, o "único que consegue cativar os corações apaixonados quando ele seja oferecido ás donzelas que os cavalheiros admiram e pretendem conquistar. É pois a única ocasião de aproveitar", porque, além do mais, apareceria também o célebre cinema movente! Como gostava de sobrevoar 1924 num balão aéreo... ou ser donzela admirada por cavalheiro... Bem, mas o que interessa mesmo, é que hoje, dia 12 de Dezembro de 2012 o meu mais novo faz seis anos! E que, para conquistar um amor, só é preciso saber amar. Como é que se sabe? Não sei, ama-se sem medo de amar?

cidades

Há um coração no desenho da cidade. Consegues ver? Maria do Carmo Franco Ribeiro - Braga entre a época romana e a Idade Moderna.   Dissertação de Doutoramento em Arqueologia. Braga: U. Minho, 2008.

Se por acaso me vires por aí

Se por acaso me vires por aí Disfarça, finge não ver Diz que não pode ser, diz que eu morri Num acidente qualquer Conta o quanto quiseste fazer Exalta a tua versão Depois suspira e diz que esquecer É a tua profissão E ouve-se ao fundo uma linda canção De paz e amor Se por acaso me vires por aí Vamos tomar um café Diz qualquer coisa, telefona, enfim Eu ainda moro na Sé Encaixotei uns papéis e não sei Se hei-de deitar tudo fora Tenho uma série de cartas para ti Todas de uma tal de Dora E ouvem-se ao fundo canções tão banais De paz e amor Se eu por acaso te vir por aí Passo sem sequer te ver Naturalmente que já te esqueci E tenho mais que fazer Quero que saibas que cago no amor Acho que fui sempre assim Espero que encontres tudo o que quiseres E vás para longe de mim E ouve-se ao fundo uma velha canção De paz e amor Na sexta-feira acho que te vi À frente da Brasileira Era na certa o teu fato azul E a pasta em tons de

semanário bracarense

O número um da Ilustração Católica saiu a 5 de Julho de 1913. A apresentação da revista sugere objectivos e delineia metas - a primeira das quais é a de ocupar um lugar no seu tempo, que é de reorganização católica. Iniciativa de Joaquim António Pereira Vilela, a Ilustração inscreve-se no contexto do apostolado da boa imprensa que se seguiu à implantação da República. Propõe-se fazer a informação gráfica dos acontecimentos da vida nacional (principalmente dos factos da acção religiosa), mostrar temas de pintura, escultura e os retratos dos nossos homens célebres, com destaque para a literatura católica. Esta “revista litteraria semanal de informação graphica”, foi publicada com continuidade até 1919, tendo sido interrompida no período que vai de Maio de 1919 até 1927 e renascido entre 1928 e 1929. Fabuloso repositório iconográfico do contexto nacional e internacional, à Ilustração Católica iremos buscar, de quando em quando, para trazer ao Braga Semanário, alguns ac

um para o outro

um para o outro , a photo by cochinilha on Flickr. Ali, onde os galos olham um para o outro, fica o lugar onde a aldeia ficou adormecida dentro da cidade. Construída a EXPENSIS PUBLICIS ANNO 1639, a fonte dos Galos deu o nome a esta zona adormecida pelo pequeno caudal do rio Este, que já teve peixe, muito peixe, moinhos de farinha, azenhas e mós, lavadeiras e roupa a corar, uma fábrica de papel e mesmo banhos públicos, em virtude das águas férreas que aí brotavam. [ republicado ]

Festa da Flor

Festa da Flor , a photo by cochinilha on Flickr. "Como estava annunciado, realizou-se sabbado, n’esta cidade, a Venda da Flor em beneficio das victimas da guerra. A Venda da Flor prolongou-se por todo o dia, constituindo mais uma nota animada nos festejos sanjoanninos. No Bom Jesus do Monte e arrabaldes da cidade, a Venda da Flor realizou-se domingo." junho de 1917

convertida

Convertidas, Novembro 2012. Cheirava a álcool, estava velha e encarquilhada. A mentira, a raiva, a vergonha tinham dado cabo dela e impregnaram o seu corpo, o que é o mesmo que dizer que o estuque e a tinta do tecto pendiam como estalactites do seu rosto magro. Ultrapassei os meus limtes e tenho de me preservar, she said. Sem filhos, é muito fácil. É só dizer: A Deus!

projectar convertidas

Convertidas, Novembro 2012. O Recolhimento de Santa Maria Madalena e de São Gonçalo (XVIII), mais conhecido como Casa das Convertidas - classificado como Monumento de Interesse Público há um mês atrás - foi tema de debate da primeira iniciativa da associação Braga Mais . Centrado no destino a dar ao edifício, o debate contou a presença de Hugo Pires (vereador, pelouro de Gestão Urbanística e Renovação Urbana), de José Araújo (ex-governador civil), de Manuela Sá Fernandes (do Grupo Gonçalo Sampaio) e de Carlos Aguiar Gomes (da Associação Famílias), para além duma plateia de cidadãos anónimos e de figuras políticas de vários quadrantes.  Espero que este tenha sido o primeiro de muitos, sobre o edifício, e que a solução para travar o seu desabamento não seja movida por outros interesses que não o da sua salvaguarda. A importância do edifício exige-o. Para satisfazer a sua função original - a do recolhimento de mulheres arrependidas dos seus erros, e convertidas a Deus - o edif

birdies

home sweet home, a photo by  cochinilha  on Flickr. Depois dos Birds Are Indie terem encantado quem os viu e ouviu na Velha-a-Branca , lembrei-me desta instalação que está no Museu dos Biscaínhos, cá em Braga, de uma biblioteca para pássaros, no ramo de uma árvore. Sítio perfeito para namorar, ouvir, observar, cantar, ver os pássaros pousar... ou ouvir esta delícia . Birds are indie - "One day" from MPAGDP on Vimeo . "Birds Are Indie são um rapaz e uma rapariga que se apaixonaram há 12 anos. Nenhum deles sabe cantar ou tocar particularmente bem. Ainda assim, cantar e tocar, parece fazer-lhes bem. É um projecto absolutamente pouco profissional, rudimentar, pouco afinado, nada virtuoso, mas cheio de amor."

Casa Pelicano

Casa Pelicano, 1940. Em 2005, Maria Teresa Pelicano doou o espólio do estúdio de seu pai, a Casa Pelicano, ao Museu da Imagem da cidade de Braga. A Pelicano ficava ao largo Barão de S. Martinho, ao lado da Brasileira. Para além do serviço próprio de um estúdio fotográfico profissional, a Pelicano vendia material para a fotografia e revelava e ampliava as experiências dos amadores. Na Casa Pelicano trabalhou o fotógrafo Arcelino .

amores

Terras de Portugal, 1963.

Piano, piano, si va lontano...

Convertidas, Novembro 2012. Por mais do que uma vez nos referimos aqui a uma antiga tendência da cidade de Braga em desprezar o passado e o que resta dele , assim como às obras de requalificação urbana que estão a ser realizadas na cidade . Hoje, a propósito de mais um pertinente artigo publicado por Eduardo Pires de Oliveira no Diário do Minho, deixamos os conselhos da redacção do Comércio do Minho, de há 101 anos. Recomendava-se prudência na empreitada do progresso para a cidade , para o qual se devia “caminhar cautelosamente, com a consciência segura de que cada passo a dar é o melhor, e não cegamente ou sob a obsessão de uma ideia incompletamente amadurecida”. O grandioso casarão (obra de Marques da Silva que devia servir as repartições públicas) via-se condenado pela impropriedade do local, o edifício para Theatro Circo, em construção na cerca dos Remédios era mal visto por alguns; o edifício da cadeia, incompleto, aborrecia a outros, que o não queriam ali: &quo

cantigas ao São João

cantigas de amor de 1930 para os meus dois amores para ti e para ti

viver bem

Andar, dormir, trabalhar, comer, beber, falar, escrever, fazer, contar, estimar... e fumar! Diário do Minho, 1927.

SMS na revista de Guimarães

 sede da SMS A Sociedade Martins Sarmento disponibiliza na rede uma série de artigos em pdf  sobre a SMS  que foram publicados na Revista de Guimarães - uma das mais antigas e prestigiadas publicações periódicas  portuguesas  de carácter científico, que se publica desde 1884.

ruge-ruge

ruge- ruge in  exposição de instrumentos tradicionais portugueses Noite cerrada, saía da igreja da Misericórdia a procissão das Endoenças. Pouco a pouco, apagadas todas as luzes no interior das casas, as varandas e as janelas iam-se enchendo de figuras escoadas a medo na tinta da noite. Mas já ao longe se ouvia um estranho vozear de multidão e incertos fogachos de lumieiras se agitavam, sinistros, na treva espessa: era a ronda dos fogaréus – temido bando popular, precedendo a procissão, que tinha a essa hora de severas contas o inaudito direito de acusar uma cidade inteira... Por isso as almas, as mais lavadas, estremeciam ao sentir aproximar-se esse Bando do Pavor, permitido pelo alto clero com o fim de, à falta de denúncias à inquisição, ser ele, uma vez no ano, o pelourinho andante das mais escondidas vergonhas. Passado o bando e extinto ao longe o último sussurro da turba atroadora, a contrastar com essa algazarra, aparecia, solene e fúnebre, a silencios

amor em tempo de guerra

Ilustração Portuguesa, Abril de 1917. Joshua Benoliel À partida para França: uma despedida afectuosa , é o título desta imagem que foi capa da Ilustração Portuguesa. Foi feita em 1917, no meio de tantas outras que representam a partida dos soldados portugueses para a guerra e que enchem as páginas da Ilustração: da Portuguesa e da Católica. É um crop da fotografia do mestre Benoliel, porque são estes dois que me interessam. Não terá sido encenada, mas levou-me para o beijo do Hotel de Ville . É um casal. Um casal em tempo de guerra. Não, não é paixão, é amor. É medo de perder.

leram ou não leram?

Há 101 anos atrás, em resposta à pronta acção do governo provisório em promulgar medidas que afastassem a Igreja do Estado, os Bispos redigiram uma pastoral que deveria ser lida ao clero e fiéis na missa dominical. Escrita em dezembro de 1910, publicada e divulgada em fevereiro de 1911. As autoridades não gostaram e pediram aos Bispos que suspendessem a leitura do documento. Uns leram, porque não tinham recebido a contra-ordem de quem de direito, outros não leram porque acataram a ordem de Afonso Costa, outros leram porque quiseram, e António Barroso demorou a suspender a leitura da pastoral em toda a diocese do Porto. António, Bispo do Porto, limitou-se a suspendê-la dentro dos limites da cidade... o que lhe valeu o desterro durante dois anos. sobre a Pastoral Colectiva do Episcopado, fevereiro 1911.

Júlio António de Amorim Lima

retrato da família de Júlio Amorim Lima. Photographia Alliança, Braga, 1916 in Aliança Pixit, rubrica semanal publicada no Correio do Minho, ano 75, n.º 7683 (28 Nov. 2009), p. 14.

fotógrafos, títeres e outros sonhadores

No início de 2010 a cidade de Évora teve a oportunidade de conhecer a história da sua cidade por intermédio dum projecto educativo pensado pelo Arquivo Fotográfico Municipal: um espectáculo de marionetas intitulado “Fotógrafos, Títeres e outros Sonhadores, Évora e a História da Fotografia”.   Jean Laurent e o seu carro-laboratório. © António Carrapato Breve resenha dos momentos e figuras ligadas aos primeiros anos da chegada da fotografia a Évora, o espectáculo teve por base algumas das figuras típicas dos Bonecos de Santo Aleixo às quais se juntaram alguns dos pioneiros da fotografia. Ulisses d’Oliveira , um dos primeiros fotógrafos viajantes a fixar-se com regularidade em Évora, Jean Laurent , exemplo da passagem pela cidade dos grandes fotógrafos estrangeiros e Maria Eugénia Reya Campos - que se intitulava a "primeira mulher phographa portuguesa", entre outros. A concepção do espectáculo inspirado na tradição dos títeres alentejanos (marionetas de pa

terceira

"A fotografia terá surgido nos Açores por intermédio de estrangeiros quando realizavam  viagens  pelas  principais  ilhas.  No  caso  da  ilha  Terceira,  as  primeiras referências conhecidas reportam à passagem de um estrangeiro pela cidade de Angra que fazia retratos pelo processo de Daguerre, na Rua do Cruzeiro, em 1846" Carlos Enes Lançamento a 29 de outubro de 2012.  Que pena os Açores ficarem tão longe! Fica aqui um cheirinho do que poderá ser esta obra...

c - idade

re-imaginar cidades,   assim

Ama-se e pronto!

O Rui apresentou domingo publicamente a associação Braga + , na Torre de Menagem da cidade de Braga. Estava cheia a sala do último piso da Torre. Cheia de amigos - para além dos representantes de alguns partidos políticos da cidade. Amigos e amantes da cidade de Braga, que partilham um mesmo interesse - a preservação da memória. A associação foi apadrinhada por Miguel Bandeira - que abriu a apresentação, com um discurso delicioso , como vem sendo hábito deste grande senhor.  Miguel Bandeira, mas também Rui Ferreira, conseguiram emocionar os presentes, deixar em todos um sorriso nos lábios e o pensamento de que, todos, podemos fazer alguma coisa para que a história se escreva de outra forma daqui para a frente. A história que é preciso conhecer para que saibamos valorizar o património, e para não cometermos erros do passado. Por isso a escolha da Torre de Menagem - que restou da demolição do Castelo em 1905, e sede da ASPA - não podia ter sido mais acertada. Porque represen

notas para uma história futura

passado e futuro , a photo by Arquivo Aliança |  Museu da Imagem|Câmara Municipal de Braga A história do Arquivo Aliança está a ser escrita. A história dos estúdios fotográficos bracarenses também será escrita. Devemos a Luís Dias Costa a existência dos arquivos de Manuel Carneiro e do fotógrafo Arcelino , propriedade da ASPA , em depósito no Museu Nogueira da Silva. Devemos ao Luís, também, e entre tantas outras coisas, um pouco da história do Museu da Imagem : "[...] Entretanto, Luís Mateus, deixou a Câmara, e o espólio que estava recolhido, em péssimas condições, num lugar húmido, numa pequena dependência da Casa dos Crivos foi, praticamente, redescoberto e perante o valor que tinham essas recordações da velha cidade alguém [...] sugeriu em boa hora que a Câmara se interessasse em criar um MUSEU DA IMAGEM, na cidade, o que veio a acontecer com a sua instalação, no Campo das Hortas, junto ao Arco da Porta Nova. E assim Braga pode recordar tempos idos através do espólio da

manoel carneiro

Bilhete postal ilustrado, 1903.  Edição: Manoel Carneiro.  Cortesia: Pedro Barros. a cochinilha estreou-se  nos postais ilustrados :  ver aqui !

lisboa em braga

anúncio de imprensa, 1927 Depois de Braga em Lisboa , afinal, acabei por encontrar sozinha uma Lisboa em Braga. Continuarei contudo a acalentar a esperança de que encontre, acompanhada, mais Lisboas em Braga que não existe. Porque, na verdade, a dois, é muito mais divertido (mesmo sem o corte perfeito, a exímia execução e o meticuloso acabamento).

modos de ver

T eve hoje lugar no Salão Nobre da Reitoria uma mesa redonda  subordinada ao tema modos de ver - os museus e os espaços de cultura , no âmbito da programação do Festival de Outono . Carlos Corais e Isabel  Cunha e Silva  dos Museus Nogueira da Silva e D. Diogo de Sousa, e Manuel Sampayo do Paço de Guimarães (faltou Rui Prata, do Museu da Imagem), partilharam com a reduzida assistência as suas experiências na gestão dos diferentes espaços culturais.  Já no fim do tempo, veio à baila a gigantesca diferença entre as duas capitais europeias, Braga e Guimarães, anuindo os bracarenses presentes com o facto de não poderem rivalizar com o ufanismo dos vimaranenses em relação à sua cidade.  Gostava mesmo que os bracarenses sentissem a cidade como sua, mas a verdade é que o que é bom é viver Guimarães. [Amanhã há Guelra, às três, no largo do Paço, e música, à noite, no Salão Medieval]

Salão Recreativo

Salão Recreativo Bracarense , Arquivo Aliança | Museu da Imagem | C.M.B. Foi primeiro Salão Recreativo Bracarense e depois Cinema S. Geraldo. [Segundo Luís Dias Costa terá funcionado até 1950, data em que passou a cinema] Hoje está ao abandono, numa praça da cidade recentemente regenerada . programa do Salão Recreativo, 1927.

à flor da pele

a pele da Ana e da Sofia, 2002. Conhecer um pouco mais profundamente a ex-namorada do ex-namorado pode ser algo extraordinário - ela sabe tão bem quanto nós o que sentimos, percebe exactamente o que queremos dizer. Não sabemos como é que as vidas se cruzam e se intricam umas nas outras, mas sabemos que está tudo à flor da pele. Por isso por mais que não queiramos que nada saibam de nós, o nosso corpo é indiscreto. A pele, por exemplo, em íntima ligação com o sistema nervoso, responde muito sensivelmente aos acontecimentos emocionais. E mesmo que não queiramos ligar às nossas emoções, elas encontram uma forma de falar por nós através da pele. E a pele chora. Esta é a pele da Ana. Esta é a pele da Sofia. Duas raparigas que irradiam luz. Esta pele é a da minha avó. Uma mulher que não fazia reserva dos seus sentimentos e que irradiava toda a força do universo. A pele da minha avó não chorava. Tão só porque não tinha medo de dizer o que sentia e  mandava à fava  todos os fant

Santos Lima

Santos Lima, 1921. Muitas vezes o trabalho de procurar nos periódicos o rasto deixado pelos fotógrafos é desesperante.  Tudo muda quando há, de entre todos os anúncios e reclames, um que se destaca [não é o caso deste  exemplo sóbrio publicado nas vésperas do Natal]. Enquanto a maior parte dos proprietários das fotografias de Braga da década de 20 procura atrair clientes, Santos Lima, o homem que rodou "Portugal da Saudade", é, até ao momento, o único que usa o jornal para dizer, de modo delicado, algo como "eh pah,  não me procurem mais para fazer os vossos clichés! "