sábado, 30 de julho de 2011

leroux

Folha volante com anúncio a representação de Monsieur Leroux, Porto, 1840.


Mr Leroux, "Físico Mór de S. M. o Rey dos Francezes", andou em digressão por Portugal na década de quarenta  do século XIX, apresentando várias recreações de Physica, Hydraulica, e Fantasmagoria.
O habil e distincto fyzico  e prestigiador passou pelo Salitre e também pelo S. João do Porto, onde o público assistiu, além dos jogos de prestígio ou de magia, a uma recreação de fantasmagoria...

a mais formosa recordação

A Correspondência do Norte, 1900.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

força & pujança

Pílulas Pink, anúncio de jornal, Janeiro de 1919.










A impressão de força e de pujança produzida por certos homens que lograram conservar-se moços, a despeito da edade e das fadigas da vida, é apenas devida á riqueza e pureza do sangue que os preservou do enfraquecimento e extenuação precoces.
Os debilitados recuperaram o vigor de outr'ora, remoçando e regenerando o sangue com as pílulas pink.

deus existe









ano de 1800



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terça-feira, 19 de julho de 2011

arquivos da memória: Américo Augusto Ribeiro

© arquivo municipal fotográfico Américo Ribeiro
Foi a partir deste vídeo que descobrimos Américo Ribeiro (1906-1992), fotógrafo setubalense a quem a cidade deve um importante registo da sua história.
Segundo Raul Gamito, Américo fez mesmo, através da fotografia, a história da cidade de Setúbal do século XX, registando todas as transformações urbanísticas pelas quais a cidade passou.
Registou, desde a fundação até quase ao desaparecimento, a indústria conserveira, a história do Vitória Futebol Clube, as figuras “populares” da cidade e os seus principais acontecimentos sociais.




Setúbal, Panorama n.º 2, postal editado por Etelvino Machado
© Propriedade José Simões

O testemunho de João Envia revela-nos que Américo iniciou a sua vida como ajudante de carpinteiro, mas logo o pai lhe arranjou emprego na Tabacaria e Papelaria de Etelvino Machado na praça do Bocage. Mudou-se depois para outro estabelecimento do mesmo proprietário, na rua Antão Girão, junto à Farmácia Sartoris, cujo dono era um apaixonado pela fotografia. Aqui travaram conhecimento e Américo terá tomado o gosto pela fotografia. Por outro lado, Etelvino Machado, seu patrão, estava também ligado à imagem, como editor de postais.






Sérgio Namorado refere a existência, em Coimbra, de um fotógrafo chamado José Sartoris, premiado com medalha de prata na Exposição Distrital de Coimbra de 1884, “para além da sua actividade regular como retratista e colaboração no Panorama Contemporâneo".



© arquivo municipal fotográfico Américo Ribeiro



Américo abriu em Setúbal, em Dezembro de 1936, uma casa comercial [loja e estúdio fotográfico] ao número 8 do largo da Conceição: a Foto Cetóbriga [1936-1984].

Foi também proprietário de um outro estabelecimento fotográfico, em Sesimbra, a Foto Améri, que ainda hoje continua a trabalhar no mesmo ramo.



Américo deixou um legado valiosíssimo, objecto de preservação e digitalização no arquivo municipal fotográfico Américo Ribeiro, na Casa Bocage, em Setúbal.







Desde o ano 2000 que o espólio do fotógrafo está a ser tratado por Bruno Ferro, técnico responsável por este arquivo, que conta com a colaboração de voluntários que ajudam na recuperação da memória das imagens, na identificação de locais e confirmação de datas.

“Também foi constituído um centro de recolha de memórias orais a partir das imagens. Nesse sentido, foi integrado no grupo de voluntários a socióloga Edite Barreira, explicou Bruno Ferro”. Bendita iniciativa!



 
Um artigo sobre o fotógrafo Américo Ribeiro e outro aqui.
José Madureira Lopes editou alguns livros sobre a vida e obra do fotógrafo.

Casa Bocage
Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro 
Terça a Sábado, das 09h00 às 12h30

Rua Edmond Bartissol, 12
Setúbal
265 229 255 





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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Álbum de Braga

Em 1904 foi "editado pelos srs. Manoel Carneiro & Irmão, da antiga rua do Souto ... um interessante álbum de Braga, contendo 47 photogravuras dos melhores monumentos e vistas de Braga". O álbum, posto à venda por ocasião das festas jubilares do Sameiro, apresenta uma paginação curiosa: as fotografias cercadas a moldura a negro, e legendas indicativas a vermelho, são organizadas por proximidade geográfica, realçando-se detalhes importantes.

capa do Album de Braga de Manoel Carneiro
fotografias de Catarina Wheelhouse

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Manoel Carneiro & Irmão instalaram-se na rua do Souto - que se chamou durante algum tempo rua Rodrigues de Carvalho - na casa que fora fundada por Bernardo Carneiro, em 1865. Era um estabelecimento de "vidros" e outros "pertences" para a casa, que vendia também artigos fotográficos e postais, os quais eram editados por Carneiro.




De algumas das imagens publicadas no álbum de Braga foram editados belos postais assinados por Manoel Carneiro. A fototeca do Museu Nogueira da Silva, em Braga, tem em depósito algumas imagens da cidade no século XIX da sua autoria.


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domingo, 17 de julho de 2011

Sociedade Harmonia Eborense

Com muita pena perdi a exposição A Colecção Fotográfica da Sociedade Harmonia Eborense”, que esteve patente no Museu de Évora de Janeiro a Março de 2011, mostra organizada pela Câmara Municipal de Évora e pela Sociedade Harmonia Eborense (SHE).
Em 2010 a Câmara Municipal de Évora e a SHE assinaram um acordo de depósito do acervo fotográfico daquela sociedade, no âmbito do qual a colecção foi inventariada, descrita, digitalizada e acondicionada no Arquivo Fotográfico Municipal.
Esta exposição pretendeu divulgar o espólio tratado e dar uma panorâmica geral do seu conteúdo: 339 espécimes (154 provas a preto e branco, 61 provas a cor e 124 provas de albumina coladas sobre cartão) que cobrem o período de finais do séc. XIX e os anos 80/90 do século XX. 


A colecção da SHE inclui provas de fotógrafos com actividade reconhecida em Évora, Lisboa e Porto, entre outras localidades, identificados pelas assinaturas e/ou carimbos dos seus estúdios fotográficos. Ricardo Santos, Cipriano Camarate, Eduardo Nogueira, Maria Eugénia Reya Campos, António Maria Serra, José Pedro Braga Passaporte, são alguns deles.

Composição alegórica acerca da peça Gato Vermelho, um dos grandes êxitos do Grupo Cénico da SHE. Ricardo Santos, 1903. 
 © Propriedade Sociedade Harmonia Eborense


A maioria das imagens diz respeito a eventos da vida social da SHE como bailes, festas, exposições, etc., encontrando-se também um grande número de retratos (sócios, dirigentes, artistas de teatro), bem como provas referentes a peças de teatro, cenários e grupos de mascarados.

As cópias digitais das provas fotográficas estão disponíveis ao público no Arquivo Fotográfico Municipal e também podem ser consultadas on-line, no sítio do Projecto Memória.

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continental

O Hotel Continental, situado na vila do Gerês e fundado em 1883, funcionava no início do século de maio a outubro, período coincidente com a  época termal.

Nesta altura a vila era muito procurada, não só pela beleza do local, mas principalmente pelas famosas termas das Caldas do Gerês.

Na mesma rua ficava o atelier de Francisco Gomes Marques, a Photographia Nacional.
Dão-se alviçaras a quem tiver a fotografia que serviu de base a esta gravura publicada em 1905 no Notícias do Norte - diário da província do Minho :-)


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quinta-feira, 14 de julho de 2011

barbeiro & fotógrafo amador

Carimbo do fotógrafo amador António Rodrigues Brazão. Verso de fotografia cartonada, 1910.

Em Alter do Chão havia, no início do século XX, um barbeiro de seu nome António Rodrigues Brazão, que era também photographo amador.
Provavelmente, seria este o sítio ideal para se ter um estúdio fotográfico: os cavalheiros faziam a barba e cortavam o cabelo para estarem na sua melhor figura para a fotografia!
Brazão teria como ocupação principal a barbearia - e a fotografia, que não teria talvez público suficiente para fazer "render" a casa por si só, apareceria como complemento, ou até como hobby.
Em Fevereiro de 1910 o meu bisavô, pai da minha avó paterna, foi lá fazer o seu retrato para oferecer aos familiares e amigos, não sem antes ter sido escanhoado - ou bem, barbeado com apuro... (obrigada Marília! ;-))

José Gonçalves Guerra, 1910.
Ao meu querido irmão Francisco António Gonçalves da Guerra e cunhada Mercês, como testemunho da minha amizade e gratidão, offereço.
José Carlos Gonçalves Guerra
Gafete, 25 de Fevereiro de 1910.



terça-feira, 5 de julho de 2011

Miquelina

Miquelina Wheelhouse (de pé, ao centro), c. 1900.

Miquelina Georgina Wheelhouse (1885-1974) era noiva de Jaime Basso Marques (1883-1928) com vinte e um anos de idade.
Do seu casamento nasceram sete filhos:

Jaime Wheelhouse Basso Marques (1914-1954) (meu avô)
Jeremias Wheelhouse Basso Marques
Maria Isabel Wheelhouse Marques
Matilde Wheelhouse Marques
Maria Miquelina Wheelhouse Marques
Fernando Wheelhouse Basso Marques
Maria Georgina Wheelhouse Marques (Azevedo Rua)


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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Gina & Jaime

Georgina & Jaime, Lisboa, 1936.
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Às doze horas e quarenta e cinco minutos do dia vinte e cinco do mês de Outubro do ano de mil novecentos e trinta e seis, no primeiro andar do prédio número nove da rua Tenente Espanca, onde as portas estavam abertas e franqueadas ao público, perante mim Manuel António Príncipe ... ajudante do Conservador e no seu impedimento legal compareceram: O noivo = Jaime Wheelhouse Basso Marques = de vinte e dois anos de idade, de profissão primeiro sargento cadete, no estado de solteiro, devidamente autorizado pela competente autoridade militar, conforme documento junto ao processo, natural da freguesia de São Lourenço, concelho de Portalegre, domiciliado e residente na Calçada Alta, freguesia de Santa Maria, concelho da Covilhã, filho legítimo de Jaime Basso Marques, natural de Alpalhão, concelho de Nisa, já falecido, e de Miquelina Wheelhouse Marques, no estado de viúva, de profissão domestica, natural de Lisboa, e residente em Portalegre = e = a noiva = Georgina da Conceição Gonçalves Guerra = de dezanove anos de idade, de profissão doméstica, no estado de solteira, devidamente autorizada por seus pais, que estavam presentes neste acto e lhe deram o consentimento, natural da freguesia de S. Pedro, concelho de Évora, domiciliada e residente na rua Tenente Espanca, número nove, primeiro andar, filha legítima de José Carlos Gonçalves Guerra, no estado de casado, de profissão oficial dos Correios, natural de Gafete, concelho de Crato, residente com sua filha e de Francisca Barbudo da Conceição Guerra, no estado de casada, doméstica, natural de Reguengos, residente com sua filha e declararam, perante mim e as testemunhas adiante nomeadas, que da sua livre vontade desejavam celebrar, como por este acto celebram, o seu casamento, segundo o regime de comunhão de bens.




sábado, 2 de julho de 2011

ao meu avô Jaime

"V. Ex.ª decerto não ignora que à perto de 5 anos vim para a África pilotando um navio e por cá me fixei. Desde então a minha situação tem sido bastante boa e desafogada, ao contrário do que por vezes acontecia na Metrópole".


Jaime Wheelhouse Basso Marques a bordo do navio João de Lisboa


No ano de 1914 nasceu na freguesia de São Lourenço, concelho de Portalegre, Jaime Wheelhouse Basso Marques, filho do capitão Jaime Basso Marques (Alpalhão, Nisa) e de Miquelina Wheelhouse Marques (Lisboa). 
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Em 1936 casou com Georgina Gonçalves Guerra, e foi pai logo passado um ano, de um rapaz a que deram o nome de José António. Era o filho ainda pequenino quando embarcou para Macau, ao serviço do exército, e onde viveu com a família entre 1939 e 1941.
O regresso à metrópole trouxe-lhe o dissabor do divórcio, em 1942, que o deixou à deriva, e o levou a embarcar, em 1947, a bordo do Navio da República Portuguesa João de Lisboa, rumo a África.

 "Encontro-me à cêrca de quatro anos ao serviço de uma casa inglesa - Beira Boating C., após ter deixado a vida marítima".


Cerca de um ano depois era capataz de estiva na firma The Beira Boating Company, Limited, na cidade da Beira, Moçambique, cargo que exerceu durante quatro anos, até perfazer os quarenta anos de idade.


"Quis o destino, colocar como médico, nesta cidade, o Dr. Costa Guerra"


Na Beira casou em segundas e terceiras núpcias, e também se apaixonou por uma rapariga da Acção Católica, com quem não pode contrair de novo matrimónio religioso, o que o deixou muito entristecido.
Em Dezembro de 1952 chegava à Beira o médico Alberto Costa Guerra, seu particular amigo, e a família bracarense Roby Amorim. Esta feliz coincidência trouxe-lhe boas novas do filho, que se mudara com a mãe para a cidade de Braga, e que tinha um segundo pai, "o mais amigo que seria de desejar". Apressou-se a escrever ao padrasto, porque só o futuro do filho o animava, pedindo-lhe autorização para se corresponder com ele.

"Como acima digo, só o futuro do Tony me anima. Assim peço licença, como a idade dele já é de entendimento, que com ele mantenha correspondência e me permita que colabore com o meu auxílio, de olharmos pelo futuro dele e fazermos dele um homem de futuro. A educação dele é o fim do nosso entendimento. Um dia irei à Metrópole. Quando? É prematuro dizê-lo, mas desde já o autoriso a averiguar da honestidade das minhas intenções"

Jaime faleceu a 12 de Agosto de 1954, em Maquino. Foi sepultado no cemitério de Santa Isabel, na cidade da Beira, África Oriental Portuguesa, sem ter ido mais à metrópole.


Jaime Wheelhouse Basso Marques
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sexta-feira, 1 de julho de 2011

ama & guerra

José António Guerra Basso Marques, filho legítimo de Jaime Wheelhouse Basso Marques e de Georgina da Conceição Gonçalves Guerra nasceu em Lisboa no ano de 1937.

Com cerca de um ano de idade viajou na companhia dos pais para Macau, numa longa viagem de navio que demorou cerca de dois meses, da qual não tem nenhuma recordação. 
Não sabe de qual das gares, de qual dos três cais para navios-cruzeiro do porto de Lisboa partiram: se de Alcântara, se de Santa Apolónia - de onde os soldados apanhavam os navios que os levavam para Ultramar - ou se do terminal da Rocha de Conde de Óbidos, mais conhecido como Cais da Rocha. Nem o nome do navio em que embarcara, mas parece-lhe, pelas imagens, que devia tratar-se de um navio de civis.


viagem de ida para Macau, c.1938.


Segundo o que conseguiu apurar João Botas a partir da embarcação salva-vidas que se vê no canto superior esquerdo desta fotografia, o navio em que viajaram terá sido o "Baloeran", da empresa Rotterdam Lloyd. O Baloeran faria na época a rota Europa-India, seguindo este itinerário: Roterdão, Southampton, Lisboa, Tanger, Gibraltar, Marseilles, Port Said, Suez, Colombo, Sabang, Belawan, Singapura, Batavia.
Na Batavia (actual Indonésia) terão feito transbordo para outro navio mais pequeno até Hong Kong, onde apanharam a ligação marítima até Macau. No cais de Kowloon seguiram no “Sui Tai” ou “Sui An” e chegariam a Macau quatro horas e meia depois.
..


 *

O pai, que estudara no Colégio Militar e que era primeiro sargento cadete, havia sido colocado em comissão de serviço em Macau. Os primeiros dois anos de vida de José foram passados na Cidade do Nome de Deus,  junto com os pais, bem como aos cuidados de uma ama macaense. 

Lembraste de como se chamava? Ah, Ah, Ah Muih!

À porta de casa, Macau 1939.
"O Tonito sentado à janela tendo a rapariga ao lado,
para lhe deitar a mão, caso se voltasse para a rua.
É a janela do quarto. Macau, 10-04-39"
































Ah mui, que pode bem ser sinónimo de irmã mais nova, era também um nome chamado às criadas, ou uma palavra carinhosa para designar um familiar ou alguém próximo, mais novo. A minha avó chamava-lhe rapariga.






Os dias eram passados com a ama e a mãe num jardim perto de casa, talvez o jardim de S. Francisco, que ficava ao lado do quartel onde estava o pai. 
Havia um casal de amigos, que passeava às vezes com eles, mas não se lembra dos seus nomes.
Iam também à Guia, onde, ao cimo da colina, ficava o farol, que se diz ser um dos grandes faróis do mundo, e  o primeiro a ser erguido em todo o Oriente, em 1865.



"Na "Guia". Eu estava entre as pernas do Jaime a fazê-lo rir, o que ele fazia de muita vontade! Aos 21 meses".
Macau, Junho 39.




Foi a ama quem ensinou ao meu pai as primeiras palavras faladas, em cantonês. Foi em Macau que deu os primeiros passos. A ama que veio a falecer, vítima do bombardeamento de um ferry que fazia a travessia de Hong Kong para Macau, depois de 1941 e da expansão da segunda guerra ao Pacífico. Ficava então só com a sua mãe. 

À beira da biblioteca octogonal chinesa.
Jardim de S. Francisco, Macau, 1941.



Na verdade, antes de Dezembro de 1941, a segunda guerra mundial ainda não se tornara verdadeiramente mundial, mas chegaria a Macau nesse mesmo Natal. 
No final do ano de 1941, no seguimento da atitude  imperialista japonesa de se apoderar dos recursos do Sudeste Asiático e suas ilhas, o Japão bombardeia a base naval de Pearl Harbor, onde se encontrava estabelecida a frota norte-americana do Pacífico. Este ataque marca a entrada dos Estados Unido na guerra em força contra o Japão.
Além de outras conquistas, é nesta altura que as tropas nipónicas invadem Hong Kong, colónia da coroa britânica. Macau ter-se-à tornado então, para alguns, o porto seguro que os afastava da invasão e ocupação japonesa de Hong Kong.

Foi no contexto da guerra e da incompatibilidade entre os seus pais que José, tal como lhe chamava só o avô materno, regressou a Lisboa, pelo navio do qual não recorda o nome, com a sua mãe Georgina.

viagem de regresso de Macau para Lisboa, 1941.

 

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A viagem de regresso deverá ter acontecido cerca de 1941, uma vez que, segundo João Botas, a partir de 1942 as ligações fluviais foram interrompidas e Macau ficou isolada do mundo praticamente até 1945.

Desta viagem, ou da memória que a sua mãe dela guardara, e que lhe contara, recorda ter sido assustadora em muitas alturas, como quando o navio era assolado pelas fortes ondas do mar. Aí era o navio um carrossel de onde não podiam descer para parar. Lembra-se de ouvir falar da passagem pelo canal do Suez, que permitia agora a navegação da Europa à Ásia sem ter que contornar a África pelo cabo da Boa Esperança.

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Sobre Ou Mum (Macau, ou a Cidade do Nome de Deus), 
alguns bons sites


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já no distante ano de 2009, Maria do Carmo Serén publicou um artigo sobre a minha tese de mestrado, a que chamou de " as fontes discre...