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arquivos da memória: Américo Augusto Ribeiro

© arquivo municipal fotográfico Américo Ribeiro
Foi a partir deste vídeo que descobrimos Américo Ribeiro (1906-1992), fotógrafo setubalense a quem a cidade deve um importante registo da sua história.
Segundo Raul Gamito, Américo fez mesmo, através da fotografia, a história da cidade de Setúbal do século XX, registando todas as transformações urbanísticas pelas quais a cidade passou.
Registou, desde a fundação até quase ao desaparecimento, a indústria conserveira, a história do Vitória Futebol Clube, as figuras “populares” da cidade e os seus principais acontecimentos sociais.




Setúbal, Panorama n.º 2, postal editado por Etelvino Machado
© Propriedade José Simões

O testemunho de João Envia revela-nos que Américo iniciou a sua vida como ajudante de carpinteiro, mas logo o pai lhe arranjou emprego na Tabacaria e Papelaria de Etelvino Machado na praça do Bocage. Mudou-se depois para outro estabelecimento do mesmo proprietário, na rua Antão Girão, junto à Farmácia Sartoris, cujo dono era um apaixonado pela fotografia. Aqui travaram conhecimento e Américo terá tomado o gosto pela fotografia. Por outro lado, Etelvino Machado, seu patrão, estava também ligado à imagem, como editor de postais.






Sérgio Namorado refere a existência, em Coimbra, de um fotógrafo chamado José Sartoris, premiado com medalha de prata na Exposição Distrital de Coimbra de 1884, “para além da sua actividade regular como retratista e colaboração no Panorama Contemporâneo".



© arquivo municipal fotográfico Américo Ribeiro



Américo abriu em Setúbal, em Dezembro de 1936, uma casa comercial [loja e estúdio fotográfico] ao número 8 do largo da Conceição: a Foto Cetóbriga [1936-1984].

Foi também proprietário de um outro estabelecimento fotográfico, em Sesimbra, a Foto Améri, que ainda hoje continua a trabalhar no mesmo ramo.



Américo deixou um legado valiosíssimo, objecto de preservação e digitalização no arquivo municipal fotográfico Américo Ribeiro, na Casa Bocage, em Setúbal.







Desde o ano 2000 que o espólio do fotógrafo está a ser tratado por Bruno Ferro, técnico responsável por este arquivo, que conta com a colaboração de voluntários que ajudam na recuperação da memória das imagens, na identificação de locais e confirmação de datas.

“Também foi constituído um centro de recolha de memórias orais a partir das imagens. Nesse sentido, foi integrado no grupo de voluntários a socióloga Edite Barreira, explicou Bruno Ferro”. Bendita iniciativa!



 
Um artigo sobre o fotógrafo Américo Ribeiro e outro aqui.
José Madureira Lopes editou alguns livros sobre a vida e obra do fotógrafo.

Casa Bocage
Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro 
Terça a Sábado, das 09h00 às 12h30

Rua Edmond Bartissol, 12
Setúbal
265 229 255 





© All rights reserved by Cochinilha 

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