quinta-feira, 20 de setembro de 2012

mademoiselle

1914
O objectivo era ler todos os jornais que conseguisse do passado, mas não tinha sequer tempo de passar os olhos pelos que saíam fresquinhos pela manhã (já do passado também by the way). Ficava muitas vezes distraída com a rugosidade do papel, com o silêncio da sala, com a luz que deixavam entrar da janela. Tentava imaginar como seria naquele tempo enquanto as sombras se passeavam pelo jornal. Quantos olhos e quantas mãos não haviam já passado por aquelas folhas? Quem foi que escreveu aquelas linhas que se lêem quase cem anos depois? Mademoiselle Astory e o seu Gregory estiveram na praça de touros em 1914. Eu estive ali, passeei-me pelo jornal, fotografei-o, fotografei-me, e assim que soube que ias partir saí a correr. Agora espero que aterres, quente, sem receio da fotografia no jornal.

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