quinta-feira, 28 de agosto de 2014

V I Z Z I V

Nome de código: v i z. 
Ouve lá, estás no período da ovulação? 
Como é que sabes? 
São muitos anos de prática médica. 
A minha mãe é de Frossos e cagou-me em África. Somos 11. Todos vivos. 
Outra pergunta. Isso é a minha intimidade. Eu não tenho nada que me imiscuir no que está a escrever. Israel. Telavive.
Não te vou dizer a que horas mijo. 
Faz-lhe um filho! Achas? Acho. Está um óvulo à tua espera. Vais bater punhetas toda a vida? 
Aparece no instituto de medicina legal, ó cabeludo! 
Estávamos à mesa com a família toda e a gaja pergunta: o que é que come o cabeludo? 
Afinal o que é feito do baixista que eu conheço? Este gajo é bom, é muito bom. 
Cerveja com favaios, a bebida dos tóxicos, no café do bairro.
Dá-me aqui uma comichão, só me apetece drogar-me. 
Um homem de meia idade desmaia na rua e abre a cabeça. O cabeludo sabe que os riscos de passar a infecção são poucos e mete as mãos no sangue. Estás bem? Este gajo é informador. O cabeludo. 
Sabes que eu mandei prender o meu pai? Porquê? O homem era fascista. 
Ouve lá, porque é que eu achava que eras estrangeiro? 
São muitos anos a treinar a linguagem. Sou mesmo uma menina. És uma pedra, miúda!



©wheelhouse aka catarina basso

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