sexta-feira, 27 de julho de 2012

especialmente para ti

especialmente para ti by cochinilha
especialmente para ti, a photo by cochinilha on Flickr.
Ela estava acostumada a ouvir falar de uma terra distante chamada de Portugal desde pequenina. Um dia "costurou em zig zag o Atlântico e veio atar os laços atrás dos montes” (não sem antes encontrar aquelas que viriam um dia a ser as suas damas de honor - as meninas lindas que vão na fila da frente, tão felizes como ela)
O amor (e a amizade, que é também uma forma de amar) não conhece fronteiras, e é a razão desta mensagem bem lamecha (brega) para te dizer o quanto somos (mais) felizes porque o destino nos juntou um dia!

domingo, 22 de julho de 2012

as férias passam : ficam as kodak

kodak1927 by cochinilha
kodak1927, a photo by cochinilha on Flickr.
Férias no campo!
as crianças bebendo leite puro - o feno onde é tão bom repousar - o rebanho que volta da pastagem - o belo ar puro - os vastos horizontes
Não esqueça estas férias leve um "kodak"
E assim, quando reentrardes no vosso lar, tereis o enorme prazer de vos tornar a ver livres, em férias, em pleno campo.
As férias passam : ficam as vossas fotografias "Kodak".
Nas melhores casas de artigos fotográficos encontrareis sempre um completo sortido de "Kodaks" (desde 110 Esc.) e de "Brownies" (desde 50 Esc.)
Para um seguro exito: são-vos necessarios 3 elementos: aparelho "Kodak", de fácil manejo e que dará boas fotografias; pellicula "Kodak" para uniformidade e rapidez; papel "Velox" para provas vigorosas e bem detalhadas.


kodak, anúncio de imprensa, 1927

sábado, 21 de julho de 2012

together

together by cochinilha
together, a photo by cochinilha on Flickr.
Didn’t go to the photographer together but there's a picture of them together
Inside or outside the picture there's a life
She was not made for him
Cause he likes trains and cities and sons, loads of them!
She only likes him to be there, even if she doesn't like him
A kind of love me or leave me as sang by Billie Holiday or Nina









domingo, 15 de julho de 2012

voltar

maria & joão by cochinilha
maria & joão, a photo by cochinilha on Flickr.

Maria e João têm a mesma idade. Maria ficou pela terra, fazendo o trabalho das mulheres e dos homens. João foi para as províncias e viveu na cidade berço.


voltar a Codeçoso (de codesso) é sempre voltar a pensar porque é que não voltei mais cedo. esta será talvez a ida que me trará no futuro mais saudades e as melhores recordações (obrigada aos intervenientes!)

domingo, 8 de julho de 2012

tempo de espera

tempo de espera
© catarina wheelhouse

o tempo social como conceito teórico
[tradução livre de artigo "Social Time as a Theoretical Concept and Everyday Reality" de Jiri Zuzanek]

Aristóteles é tido por alguns autores como o introdutor da noção de tempo subjectivo ou tempo real, oposta ao tempo físico ou astronómico (Fraisse, 1963).
No final do século XIX, a noção de tempo interior ou subjectivo tornou-se central num renovado interesse entre os cientistas sociais e objecto popular de investigação (Bergson, 1960).
Desde os anos 20 que podemos distinguir duas aproximações ao estudo do tempo vivido ou real no seio das ciencias sociais, nomeadamente a abordagem da psicologia que examina a relação entre percepções subjectivas do tempo e a definição da situação ou das disposições pessoais do actor (natureza de actividade, mood, expectativas), e a abordagem sociológica que define tempo vivido como ordem colectiva temporal e experiência determinada primeiramente por factores sociais [...]

A abordagem inicial da psicologia está bem representada pelo trabalho do filósofo francês Henri Bergson, e na abordagem sociológica dum seu estudante que se tornou sociólogo, Maurice Halbwachs.
Contra o conceito de tempo quantitativo, homogéneo e mecânico (relógio), Bergson avançou com a noção de tempo interior (inner time) qualitativo e heterogéneo ou duração, que experimentalmente não pode ser dividido em intervalos iguais. Esta abordagem foi seguida por autores como Bachelard (1936) e Fraisse (1963), para nomear dois deles.
Em oposição a Bergson, Halbwachs, na sua obra "The Collective Memory" (1980), definiu o tempo como experiência colectiva mais do que individual, e enfatisou a dependência da percepção do tempo como pertença de grupos específicos (milieus) ou situações históricas e circunstâncias (revolucionárias, opostas aos chamados períodos “normais”).
Esta linha de investigação foi continuada nos anos 30 e 50 por autores como Georges Gurvitch (1973), Sorokin (1943), Merton (1939), e, mais recentemente, Zerubavel (1981, 1985).
Infelizmente, pouco foi feito até à data, para examinar empiricamente o tempo social. Enquanto os psicólogos conduziram estudos de variações na percepção subjectiva da duração do tempo (Fraisse, 1963), o conceito de tempo social foi avançando como construção teórica suportada por análises socio-históricas e não por investigaçãos empíricas.
São reduzidas as tentativas de examinar o tempo social empiricamente, e na maioria confinadas a análises secundárias de estatísticas históricas (horas de trabalho, férias e por aí fora) ou time-budget data (Szalai, 1972; Robinson, 1977).
...............

Zuzanek examina o conceito de tempo social ou “colectivo” (Halbwachs, 1980; Sorokin, 1962; Zerubavel, 1981, 1985) e a forma como se relaciona com o tempo físico (relógio) e psicológico ou “duração” (Bachelard, 1936; Bergson, 1960; Fraisse, 1963).
O conceito de tempo social, definido como os ritmos temporais da vida quotidiana, e operacionalizados como a semana, o tempo do dia e tempo situacional ou tempo do grupo, é examinado tendo por base dados recolhidos como parte de duas Experience Sampling Surveys, conduzidas por Jiri Zuzanek em cooperação com o Professor R. Mannell em 1982 e 1985 na área de Kitchener-Waterloo.

sábado, 7 de julho de 2012

tempo & fotografia

talking with moi même

De cada vez que há uma comunicação a fazer que nos apressamos a ler os artigos impressos há meio ano na gaveta. Tal como as pessoas, há textos que precisam de tempo de gaveta para que possam ser compreendidos. E agora vamos, falar com o infinito, e reflectir sobre os tempos sociais e o mundo contemporâneo.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Quita


Carolina Guerra











A Carolina era irmã da minha avó paterna, Georgina, que nunca conheci.
Recordo-me dela, da tia Quita, como lhe chamavamos, com a sua postura séria e grave, como se o tempo não tivesse nunca passado e a ele estivesse sempre ligada.

Nada que esta fotografia indicie - uma Carolina simpática, jovial e alegre.

*

Carolina casou com 26 anos, a 27 de Dezembro de 1941, com Heitor Alves Durão, de 35 anos, médico de profissão. O casamento não durou para sempre.
Este retrato foi realizado na Fotografia Ibérica, estúdio fotográfico lisboeta que terá funcionado, segundo José Luís Madeira, na Avenida da Liberdade, e que desde 1942/43 pertenceu a Pavia Magalhães, irmão do maestro Eduardo Henriques Pavia de Magalhães.
A empresa dedicada à actividade fotográfica denominada de António Pavia de Magalhães, Lda parece ainda continuar a funcionar na cidade de Lisboa.

Publicação em destaque

as fontes discretas

já no distante ano de 2009, Maria do Carmo Serén publicou um artigo sobre a minha tese de mestrado, a que chamou de " as fontes discre...