quinta-feira, 30 de junho de 2011

Fotografias verdadeiras

verso de postal fotográfico


Os mais inexperientes amantes de postais ilustrados podem ser iludidos na compra daquilo que se diz ser um postal Real Photo [Real Photo Postcard] em troca de um simples postal impresso em que se reproduz uma fotografia. Ambos, na verdade, reproduzem fotografias - a diferença está no modo de impressão e no tipo de papel.

A diferença parece simples - os postais Real Photo são mesmo fotografias, impressas em papel fotográfico do mesmo tamanho e espessura dos postais e cujo verso é igual a um postal comum; depois existem os inúmeros postais que reproduzem fotografias, impressos em tipografia ou através de outros meios de impressão.

A melhor forma de ver a diferença é observar o postal através de uma lupa. Se a fotografia tiver sido impressa mecanicamente, ver-se-ão pequenos pontos, tal como numa fotografia impressa do jornal.
E então, como descobrir se são "real photos" ou fotografias verdadeiras através do ecrã do computador?

Note-se que um postal impresso mecanicamente em papel brilhante pode facilmente ser confundido com um verdadeiro postal fotográfico - que é, repito, um postal impresso em papel fotográfico do tamanho de um postal com o verso igual ao de um postal...

A maioria dos Real Photo Postcards (RPPC) contêm informação no seu verso que ajudam a identificar o produtor do papel fotográfico que foi usado pelo editor dos postais.
[Algumas dicas, aqui e um pequena guia e história dos postais, aqui.]
Desta forma, se conseguirmos identificar a marca do papel fotográfico, teremos a idade aproximada do postal, e saberemos se se trata de um verdadeiro postal fotográfico.

Felizmente, existem na internet vendedores que nos dão todas estas preciosas pistas para não comprar gato por lebre, tal como este, o rapaz dos postais, ou o coleccionador.




© All rights reserved by Martha SI

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Hills & Saunders

carimbo branco usado na frente de carte-de-visite

Os fotógrafos Hills & Saunders abriram o seu primeiro estúdio fotográfico em Londres (Porchester Terrace) em 1869.




 No final do século XIX tinham expandido o seu negócio fotográfico na cidade (duas filiais em Porchester Terrace e outra na Sloane Street) bem como nas vizinhas Eton, Aldershot, Sandhurst, Oxford, Cambridge e Harrow.


verso de carte-de-visite da filial de Hills & Saunders em Harrow Hill

Durante algum tempo a Escola de Harrow preservou e conservou a colecção fotográfica de Hills & Saunders, que passou em 2009 a propriedade privada de Alasdair Kirk.

Este site é a ligação a esta colecção única, composta de negativos de vidro de cerca de 1870 a 1970, num total de 80 mil espécimes fotográficos. Grande parte da colecção está relacionada com as actividades da escola, sendo particularmente rica em retratos individuais e grupos de crianças. Contém contudo cerca de 20 mil chapas (ou placas) de vidro não numeradas, representando vistas de locais, instituições e pessoas de Hallow Hill.

A filial Hills & Saunders de Harrow possuía um livro diário para registar o nome dos clientes, bem como o número do negativo para efeitos de pedidos de repetições de fotografias. Informação similar era também gravada no negativo de vidro.

Este registo diário da actividade comercial do estúdio permite-nos hoje conhecer, para cada registo, o correspondente negativo, que ainda existe (se não foi já vendido) e que pode ser comprado aqui.

© All rights reserved by Harrow Photos


Sobre a colecção:
Don Walter escreveu um artigo sobre a colecção no The Harrow Observer. Roger Vaughan publicou os registos da Escola de Harrow, bem como uma extensa lista dos alunos fotografados, o que permite encontrar as pessoas pelo seu apelido.

terça-feira, 28 de junho de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

sexta-feira, 24 de junho de 2011

100

© All rights reserved by Catarina Miranda Basso
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Hoje a Geni faz 100 anos! Toda a família se juntou para grande almoçarada, cerimónia religiosa e troca de prendas e de memórias. Nas mesas de refeição alguém se lembrou de deixar um papel, a imitar o "portal da história", fazendo referência ao seu nascimento como um marco histórico.
Marco histórico é este: o de atravessar um século inteiro, viver no século XXI e ainda sonhar em aprender a mexer no computador, e quiçá em arranjar um marido para viver aconchegada os últimos anos de vida (que ainda devem ser muitos), ela que, até agora, não conheceu namorado...



Eugénia Alves Teixeira de Miranda, nasceu em Boticas em 24 de Junho de 1911, e vive actualmente, e desde há cerca de trinta anos, na rua do Sardoal da cidade de Braga, juntamente com a sua cunhada Maria Cláudia Miranda Botelho.
Durante cerca de quarenta anos dedicou a sua vida ao ensino primário, dando aulas pelas terras de Barroso (Boticas, Chaves e Montalegre).
Eugénia completou hoje 100 anos de vida, e a sua família e amigos prestaram-lhe uma calorosa homenagem nesta data tão especial.
Antes do almoço, realizado na cafetaria do Museu D. Diogo de Sousa, foi celebrada uma pequena cerimónia pelo Dr. António Sousa Fernandes à qual assistiram as cerca de 55 pessoas presentes, entre familiares e amigos.
Além das inúmeras prendas de todos os familiares e amigos que ali estiveram reunidos, Eugénia recebeu da Câmara de Boticas um diploma de congratulações e uma medalha da Vila. A sua vivência na cidade de Braga valeu-lhe também a oferta de lembranças típicas da cidade, como uma vela e um farricoco.
Foram lidos poemas e mensagens de familiares e amigos ausentes, recordadas memórias das terras de Boticas, bem como as da sua vivência na cidade de Braga.
Os familiares ofereceram-lhe ainda um álbum com imagens da sua história, desde a meninice aos dias de hoje, com a frase “só se envelhece quando sonhar se esvanece”.
A celebração terminou com discurso da própria Eugénia que, emocionada, muito agradeceu os gestos que para com ela tiveram sempre, e especialmente o de hoje. Eugénia terminou dizendo que ainda tem sonhos e esperança de que muitas coisas boas irão ainda acontecer na sua vida. Cem anos não significam para ela a proximidade da morte, antes uma passagem para um outro momento. O sonho de Eugénia ainda se não desvaneceu. Hoje ela sonha em aprender informática para que não se perca o contacto com as suas amigas, na sua maioria ex-alunas, com quem se corresponde ainda por carta. Eugénia tem receio de que, na ausência de cartas suas, as suas amigas pensem que ela já morreu.


© All rights reserved by Catarina Miranda Basso


quinta-feira, 23 de junho de 2011

bom S. João!

Gravura de São João, in  A Correspondência do Norte, 1900.

 Manjerico com dizer de S. João, 23 de Junho de 2011.



"Fica fresco quem se afoita
 e regala o coração
quem se banhe à meia noite
da noite de São João"


terça-feira, 21 de junho de 2011

formatos código

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© 2011 All rights reserved by Catarina Miranda Basso


Reza a história da fotografia que as albuminas, normalmente feitas em papel muito fino, eram  montadas num suporte espesso, normalmente um cartão, de cujo formato dependia a sua designação. O mais comum era o cartão de visita, ou carte-de-visite, que media cerca de 5,7 x 10,8 cm. A partir da década de 60 do século XIX foram adoptados outros formatos, como o cabinet card, ou gabinete (10,8 x 16,5 cm), vitória (8,3 x 12,7 cm), promenade (10,2 x 17,8 cm), imperial (20 x 25,1 cm), boudoir (12,7 x 20,6 cm), que se mantiveram em uso até às primeiras décadas do século XX.

Uma vez que os negativos que deram origem a estas provas são na sua maioria placas de vidro de 9x12 cm, algumas de 13x18 cm, e muito poucas 18x24, supõe-se que estas designações sirvam não só para as dimensões do cartão em que era colada a prova fotográfica, como também para as da impressão fotográfica realizada a partir do negativo de vidro.

Aliança studio recorded daily the date, client's name, number of plate, format, etc ... As the collection as mostly glass negative plates measuring 9x12 cm, some 13x18 cm and few 18x24 cm, we guess the "format" column refers to designations of the printed image, that recalls the formats from the nineteen century card photogra phs... like victoria, album, promenade, boudoir, etc...



© All rights reserved by Catarina Miranda Basso

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Photographia Nacional

© All rights reserved by Ângela Camila Castelo-Branco e António Faria

A Photographia Nacional das Caldas do Gerês era uma filial da fotografia com o mesmo nome que existia na cidade de Braga, desde o início do século XX, dirigida por Francisco Gomes Marques.

Esta fotografia que aparece no blogue da Associação Portuguesa de Photographia, ilustra e assinala a passagem de 100 anos entre a data de realização desta imagem, por altura da formação da primeira associação em 1907, a Sociedade Portuguesa de Photographia, e a da criação da Associação Portuguesa de Photographia, em 2007.




Ricardo Jorge com traje regional dos pastores do Minho (esquerda)
Ricardo Jorge, esposa e cunhada com trajes regionais do Minho (direita)
provas fotográficas p&b, 17 x 11 cm  
© All rights reserved by INSA



O INSA adquiriu em 2009, em leilão, um conjunto de fotografias de Ricardo Jorge e da sua família, imagens que são da autoria da Photographia Nacional das Caldas do Gerez. O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) revela que "a maior parte das imagens mostram Ricardo Jorge e a sua família em trajes regionais do Minho no final do século XIX, período em que o fundador do INSA desenvolveu no Gerês trabalhos clínicos e históricos na área da Hidrologia".



 mais sobre Francisco Gomes Marques, aqui



© All rights reserved by Catarina Miranda Basso

domingo, 12 de junho de 2011

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Fabri

Comércio do Minho, ano 35 (14 Dez. 1907), p. 2.


Anúncio que data publicação de retrato de Alves Roçadas!

O retrato fazia parte de colecção editada no Porto por Fabri, que tinha como finalidade a divulgação das pessoas e coisas mais notáveis nas ciências, na arte, na literatura e no heroísmo...
Em 1907, cada postal custava 20 réis. A série completa, constituída de 25 postais, custava 500 réis e dava direito a uma estampa brinde.
Será que ainda andam por aí à venda?






© All rights reserved by Cochinilha 

quinta-feira, 2 de junho de 2011

costaneira

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Montra da mercearia Azevedo, vista do interior da loja.

Desde 1952 que Francisco Fernandes Azevedo alugou a loja que fica ao lado da Câmara e do café “Maiami” à Família Fonseca. Antes dele, já António da Costa Gomes tinha ali uma mercearia. Francisco teve de fazer obras nessa altura, coisa pouca, alterando então uma porta da qual fez uma montra. Desde que nasceu o seu filho, Francisco José Peixoto Azevedo, que tem um ajudante a seu lado. Assim que o filho Francisco Júnior terminou a quarta classe, com ele ficou a trabalhar a tempo inteiro.


O período áureo da mercearia coincide com a existência do mercado ali ao lado, na praça do Município. Foi contudo um período breve, pois o Mercado viria a ser demolido em 1955, ano em que inaugurou o actual Mercado Municipal, à Praça do Comércio.

Além dos produtos de mercearia, vendiam-se ali valores selados, selos fiscais e imposto de automóvel e gasóleo. Depois da abertura dos hipermercados, o comércio tradicional foi definhando aos poucos. Hoje vende na sua maioria fruta, e ainda vende selos do correio.


Na mercearia Azevedo há um antigo moinho de café que ainda trabalha mas já não mói, uma medidora de azeite e um cofre muito antigo onde se guardam os documentos importantes. Alguns produtos são embalados no conhecido “papel de mercearia”, amarelado e fininho, que tem o nome de papel costaneira. O futuro da casa é ainda incerto: restaurar, trespassar, ou encerrar e entregar a chave ao senhorio. 

© All rights reserved by Catarina Miranda Basso 

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Publicação em destaque

as fontes discretas

já no distante ano de 2009, Maria do Carmo Serén publicou um artigo sobre a minha tese de mestrado, a que chamou de " as fontes discre...