quarta-feira, 27 de abril de 2016

quinta-feira, 21 de abril de 2016

A Luz dos Fotógrafos I


[A Luz dos Fotógrafos]
Título Original
Olho de Vidro

Título Original
Olho de Vidro
Ano:1982 | Duração: 38'
Título original: Olho de Vidro

Primeiro de dois episódios sobre a História da Fotografia, da autoria de António Sena. Neste programa são abordados os primórdios da fotografia, com pioneiros como Niépce e Daguerre, e a evolução dos processos fotográficos ao longo desses primeiros cem anos de história. A consolidação da utilização generalizada da fotografia durante todo o século XIX, e o nascimento das várias tendências que o futuro confirmaria.
A Luz dos Fotógrafos: de 1820 a 1920, no Arquivo RTP.



domingo, 17 de abril de 2016

no hospital

Fazendo uma operação, Hospital de S. Marcos, 1914.
 
Não se percebe bem o que fazem os médicos que cercam o corpo de pés cruzados deitado na marquesa - imagino que seja uma imagem encenada. Reza a legenda que se trata do "Dr. Alfredo Machado fazendo uma operação, coadjuvado pelos seus colegas Camillo Guimarães e Balthazar Ribeiro". Terá sido feita no Hospital de S. Marcos, cidade de Braga. Foi publicada em 1914 na Ilustração Católica.

 

sexta-feira, 15 de abril de 2016

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Acção Católica no Salão

A Juventude Independente Católica Feminina de Braga tinha sede no Salão Recreativo Bracarense, ao largo dos Remédios. Ao Salão teve lugar, em 1936, um costumado Curso de Religião.

A Juventude Independente Católica Feminina de Braga tinha sede no Salão Recreativo Bracarense, ao largo dos Remédios. Ao Salão teve lugar, em 1936, um costumado Curso de Religião.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Júlia represente!



A Júlia Mendes. in Paixão, Mucio da - Espírito alheio: episodios e anecdotas de gente de theatro. São Paulo: C. Teixeira & C.ª, 1916.


"Júlia Mendes foi uma rapariga talentosa que atravessou a scena portugueza com o brilho fugaz de um meteoro. Contam-se dela cousas espantosas, mas basta apenas uma referencia para se ver quanto era original a trefega rapariga. Uma vez, em Braga, á hora do espectáculo no Theatro S. Geraldo, Júlia Mendes entendeu que não devia representar. Interveio a policia e a actriz foi parar á presença da autoridade. De volta a Lisboa Júlia Mendes foi para logo assediada pelos repórters que desejam entrevistal-a. A um jornalista d' O Imparcial, disse ella: — O Galhardo perguntou-me aqui ha tempos se eu queria ir ao Brasil. Respondi-lhe logo: conforme “as condições”. — E quanto queres ganhar? — Um conto e oitocentos, passagens pagas e um beneficio. — Isso não ganha a Eéjane, disse o Galhardo, dou-te um conto de réis. — Não acceito, respondi. E por causa disso temos andado um pouco de candeias ás avessas. Mandou-me elle para o Porto. Fui. Ora, aconteceu que na noite em que se representava no Príncipe Real, A Invasão sem nada me prevenirem, substituíram a artista que costumava a trabalhar commigo por uma corista. Que diabo! Eu não serei uma artista de génio, mas quero que tenham commigo as atenções que mereço... Fomos depois para Braga, sem ao menos me dizerem em que peças iria eu entrar, na terra das frigideiras. Pelo caminho, indaguei do secretario da empresa: — Onde estão as minhas malas? — Vão juntas com as da companhia. — Olha! Se chegar lá tudo escangalhado, não represento, fica sabendo, insisti eu. Vocês andam a fazer-me partidas e depois queixem-se e digam que sou maluca. Assim que cheguei ao hotel, mandaram-me dizer que se representava naquella noite A Invasão. Chegavam nesse mesmo momento as minhas malas. Tranquillamente preparei tudo e dirigi-me para o theatro. — Eh! disse o Cabral, sabes quem vae representar contigo? É a Paz Rodrigues. — Sim ? . . . Pois fica sabendo que me vou embora. Não represento. Grita o Cabral, eu gesticulo e não lhe fico atraz. Dirigi-me á porta e metti-me no hotel. Dahi a bocado entra o commissario que se dirige a mim nestes termos : — Você tem que ir já representar. — Não trabalho porque me offenderam. — Olhe que o caso é serio ! . . . — Deixal-o ser. Não represento ! Não represento ! Não represento ! Foi um salseiro de todos os diabos. Chovem jornalistas ao hotel, empresários, estudantes. Braga, a pacifica perde a cabeça, e se lhe restam alguns cabellos, poem-se-lhes todos em pé. — D. Júlia represente! dizem-me os cónegos. — Então, D. Júlia! Está ahi tanta gente para a ouvir, supplicam os estudantes. E lá fora a multidão ululante, furiosa, clamava: — Venha D. Júlia representar! Venha! Venha! Eu já estava meio convencida. Os amáveis pedidos tinham-me chocado. Era Braga em peso que supplicava: magistrados, doutores, o seminário e a tropa. Puz o chapéo á cabeça, e vou a sahir para o theatro, mas nisto eis que de novo surge o fatal commissario de policia, que se dirige a mim, berrando: — Você vae ou não vae trabalhar? — Pois não vou! Agora é que não vou! Nisto surge um policia, um policia que me diz desaforadamente: — Hade ir, quer queira, quer não. Ande lá p'ra deante! — Não vou! Apparecem mais trez policias: — Hade ir á força ! Estava a ver que era capaz de vir toda a esquadra. . . Deu-me um impeto. Ia a atirar-me para cima da policia, quando a tensão nervosa me subjugou. Cahi com uma síncope. Quando tornei a mim, dei com o colega Simões Coelho que, á cabeceira da cama do hotel, tentava reanimar-me. O sr. dr. que mora ali perto, indignado com as brutalidades da policia, quiz que eu fugisse pelas trazeiras do hotel, que communica com a sua casa. . . A policia infame cercara o hotel e Simões Coelho declarou-me que estava presa! Isto só em Braga!! — Venha aqui o commissario, que me quero explicar, disse eu. Preciso de me defender. Eil-o que surge, o homem tenebroso, o Manique bracarense. Os ânimos estavam já serenados. Elle declarou-me então: — Os empresários nada querem da senhora. O Galhardo paga todos os prejuisos. Respirei! Fora a multidão aquietava-se. Os cónegos retiravam-se para a ceia de caldo verde; Braga, depois desse tremendo reboliço, socega, preparando-se para a somnéca reparadora. Appareceu-me, por fim, o administrador, que é um homem ás alturas, que me tratou muito bem, acabando por dizer- me que estava em liberdade. Não quiz ouvir mais nada. Peguei das malas e safei-me para Lisboa. . . — E a companhia? — Lá representou hontem e lá representa hoje! E que vae fazer agora ? Quaes são as suas intenções ? — Agora temos que falar, eu e o sr. Luiz Galhardo. Lamento a questão; o publico foi muito gentil commigo, e daqui prometto aos cónegos, ao seminário, ao quartel e aos estudantes, que não heide morrer sem lhes mostrar numa revista ou numa peça, de que habilidades e de que gentilezas é capaz uma actriz. Braga augusta, até breve! até sempre!! Júlia Mendes morreu, sem realisar essa promessa. Uma terrível tuberculose cortou-lhe em breve o delicado fio da vida. Júlia Mendes era uma rapariga alegre e buliçosa, cheia de mocidade, de graça e de encanto. Estava no theatro fazia pouco tempo, não tinha ainda biographia, mas era portadora de um nome que foi repetido por muitas boccas, por entre os echos das aclamações. Abraçando a vida artística, para a qual revelava uma tamanha vocação, ao cabo de poucos mezes, graças ao seu talento, á sua graça, conquistava os pináculos da gloria, como estrella de revistas e operetas. Possuía a irrequieta rapariga um génio um tanto aventureiro, e foi isso que a levou ao palco, acceitando radiante de alegria um contracto que ofereceu o empresário Galhardo. Surgir em scena e conquistar as sympathias do publico foi para ella obra de um momento. As platéas vibravam de enthusiasmo quando ella apparecia sobre as taboas, dando aos seus papeis o toque inconfundivel da sua innata garotice. Depois dos successos em que se viu mettida em Braga, a pacata e tranquilla terra dos cónegos, Júlia Mendes resolveu fazer-se empresaria e montou uma espécie de theatro na Feira de Agosto, com o qual chegou a ganhar rios de dinheiro. Era endiabrada a pobre e talentosa rapariga. A sua silhueta pode ser traçada com rapidez. No começo foi cançonetista e andou pelos míticos halls pelos cabarets e cafés-concerto a mostrar a sua plástica, a sua voz e a sua petulância. O êxito foi completo. Depois de recolher nesses centros de attracçoes muitos louros e muitas louras também, decidiu-se a ser estrella no género alegre. O seu triumpho foi absoluto. Estreou no Príncipe Real, de Lisboa, fazendo uns papeis na revista Ó da guarda! que foi um dos grandes successos da época. Sahindo do Príncipe Real, Júlia Mendes foi para o Avenida, obtendo ahi um êxito extraordinário nas revistas A, B. C. Foi naquella revista que ella se apresentou á platéa do Rio de Janeiro, que para logo conquistou. No meio de todos os seus triumphos artisticos Júlia Mendes mostrava-se uma bohemia incorrigível, da escola de Angela Pinto e outras. Metteu-se em muitas patuscadas, commetteu extravagâncias e loucuras que lhe abalaram a delicada saúde. O resultado foi morrer tuberculosa, em plena mocidade e em pleno fastígio da gloria. Raras raparigas no theatro terão conseguido subir tão alto em tão pouco tempo. A sua passagem pela scena lusitana pode ser comparada, no rigor da chapa, a um desses meteoros que deslumbram pelo fulgor de seu brilho para logo se atufarem nas sombras da noite eterna”.

domingo, 10 de abril de 2016

a Morgada de Romariz

Castelo Branco, Camilo - A Morgada de Romariz. Lisboa: Livraria Editora de Matos Moreira, 1876.


"Vi esta morgada, ha tres annos, em Braga, no theatro de S. Geraldo. Estava em scena Santo Antonio, o thaumaturgo". Camilo viu Felizarda, a morgadinha de Romariz, cerca de 1873, em Braga, no theatro de S. Geraldo. Estava em cena «Santo António», de José Maria Brás Martins. "Felizarda apenas conhecia na arte dramática o «Santo Antonio» de Braz Martins, e a «Degolação dos innocentes» por onde entrou na vida infame de Herodes". Quando os viu, em Braga, no theatro de S. Geraldo, estavam casados havia já vinte e cinco anos.

"As noites de dezembro aligeiravam-se em Romariz a dormir. Ceavam e digeriam serenamente. Ao pé de um bom estomago coexistiu sempre uma boa alma. Acordavam alegres, para continuar as funcções animaes. Viviam para credito da physiologia: eram duas pessoas que se adoravam e faziam reciprocamente o seu chylo em um só orgao. Tinham um coração, um fígado, e um pancreas para os dois. N'esta vida vegetal havia ternuras cupidineas como as das cylindras e acacias florecentes; e, quando extravasavam da orbita physiologica, jogavam a bisca de trez; mas ordinariamente entretinham-se mais com o burro".


n'as [Novelas do Minho]
 

quinta-feira, 7 de abril de 2016

o destino




 

1923, 14 de fevereiro - Salão Central estreia O DESTINO (1922) de Georges Pallu, para a Invicta Film.

"A partir dum texto do jornalista e crítico teatral portuense Ernesto de Meneses, sobre nostálgicas afeições no ambiente cosmopolita e preconceituoso de Sintra, o entrecho de O Destino foi expressamente concebido para a actriz Palmira Bastos, que assim ensaiava uma ambiciosa mas solitária intervenção perante as câmaras. A estreia foi privilegiada para Lisboa, em exclusivo, mantendo-se durante várias semanas, a ponto de constituir o maior sucesso do nosso cinema mudo, em tempo de cartaz".
Passou em Braga em Dezembro de 1923.


[info]
http://www.cinept.ubi.pt/pt/filme/3085/O+Destino
http://cvc.instituto-camoes.pt/cinema/mudos/mud022.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Destino



O Destino (1922)
Produção: 1922
Drama  
Realização:  ·  Georges Pallu
Argumento:  ·  Ernesto de Meneses
Viajando de automóvel para Sintra, uma misteriosa dama, chegada a Lisboa de navio, é vítima de acidente. Entre os participantes numa festa em quinta da Marquesa de Souzel, que vão em seu socorro, uma jovem reconhece a mãe - aliás, a Viscondessa Maria de Oliveira, casada rica no Brasil, e cujo pai fora caseiro da anfitriã...
- See more at: http://www.cinept.ubi.pt/pt/filme/3085/O+Destino#sthash.iZvO5LCa.dpuf
O Destino (1922)
Produção: 1922
Drama  
Realização:  ·  Georges Pallu
Argumento:  ·  Ernesto de Meneses
Viajando de automóvel para Sintra, uma misteriosa dama, chegada a Lisboa de navio, é vítima de acidente. Entre os participantes numa festa em quinta da Marquesa de Souzel, que vão em seu socorro, uma jovem reconhece a mãe - aliás, a Viscondessa Maria de Oliveira, casada rica no Brasil, e cujo pai fora caseiro da anfitriã...
- See more at: http://www.cinept.ubi.pt/pt/filme/3085/O+Destino#sthash.iZvO5LCa.dpuf

quarta-feira, 6 de abril de 2016

há coisas novas em Portugal

Um aspecto da concentração da Juventude Operária Católica [JOC] na Avenida Central, Braga, 21 de Junho de 1936.


"Afirmação altiva da fé católica [...] demonstração clara e indesmentivel de que novos tempos surgiram para a Igreja e para a Nação".
"Há coisas novas em Portugal", terá dito, em Braga, Salazar, em frente à mocidade portuguesa.
"Há coisas novas em Portugal", sim, "coisas que só se verificam em Braga", terá dito Manuel Araújo: em 1934 a festa do 1.º de Maio; em 1936 o aniversário da Revolução Nacional; em junho de 1936 - a parada da Juventude Católica.

Publicação em destaque

as fontes discretas

já no distante ano de 2009, Maria do Carmo Serén publicou um artigo sobre a minha tese de mestrado, a que chamou de " as fontes discre...