a pele da Ana e da Sofia, 2002. Conhecer um pouco mais profundamente a ex-namorada do ex-namorado pode ser algo extraordinário - ela sabe tão bem quanto nós o que sentimos, percebe exactamente o que queremos dizer. Não sabemos como é que as vidas se cruzam e se intricam umas nas outras, mas sabemos que está tudo à flor da pele. Por isso por mais que não queiramos que nada saibam de nós, o nosso corpo é indiscreto. A pele, por exemplo, em íntima ligação com o sistema nervoso, responde muito sensivelmente aos acontecimentos emocionais. E mesmo que não queiramos ligar às nossas emoções, elas encontram uma forma de falar por nós através da pele. E a pele chora. Esta é a pele da Ana. Esta é a pele da Sofia. Duas raparigas que irradiam luz. Esta pele é a da minha avó. Uma mulher que não fazia reserva dos seus sentimentos e que irradiava toda a força do universo. A pele da minha avó não chorava. Tão só porque não tinha medo de dizer o que sentia e mandava à fava ...
[fotografia e não só]