sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Corridas do Minho



O número um da Ilustração Católica (5 jul. 1913) inaugura com uma série de imagens de acontecimentos da vida nacional, de recantos de Braga (S. João da Ponte e Bom Jesus) e de dois acontecimentos da vida bracarense: o Circuito do Minho e as festas de S. João. 
Das festas ao santo, publica-se a capela do precursor e um “aspecto das illuminações e ornamentações na avenida do Parque da Ponte”, imagens do fotógrafo Mira Neves.
Do Circuito do Minho, corrida de “automóveis, motocycletas e bicycletas” promovida pelo Jornal de Notícias, que aconteceu a 8 de maio de 1913, fotografou-se a passagem dos automobilistas e ciclistas desde a esquina da rua dos Chãos com a Praça da República. 
Carlos Fernandes foi o primeiro ciclista a ser apanhado pela máquina do “hábil amador bracarense” José Ernesto Esteves. Ficou em primeiro lugar na categoria dos Fortes. No grupo dos Fracos, Alberto Fernandes, de Avelãs de Caminho, obteve o primeiro prémio, tendo feito o circuito em quinze horas e oito minutos. O prémio “d’economia”, o que quer que isto queira dizer, foi para o primeiro automobilista a passar na rua dos Chãos: António Casal. Curiosamente, o primeiro prémio de velocidade foi atribuído a Cincinato da Costa, o segundo a passar na cidade.
Esta terá sido a segunda edição do Circuito do Minho, organizado apenas um mês e meio da primeira. Conta-se que a ideia para a realização do I Salão Automóvel (Porto, 1914) surgiu após a realização deste Circuito, no final do qual os veículos que nele participam foram expostos no Palácio de Cristal do Porto.

BASSO, Catarina Miranda - Corridas do Minho. 
http://cochinilha.blogspot.pt/2012/12/corridas-do-minho.html


[a cochinilha no Braga Semanário]


Circuito do Minho, José E. Esteves, 1913.




o tempo da imagem

o tempo da imagem by cochinilha











É já amanhã, sábado 29, às 22h30, que inaugura na Velha-a-Branca, uma improvável exposição de fotografia de arquivo, ao som da Velha & Louca, uma das comissárias da mostra!

Não preciso de dizer para aparecerem, pois não?



sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

matraca de pau



"E à frente do lugubre cortejo, soam as palhetas roucas do ruge ruge, raspando estridentemente o ar, riscando os nossos ouvidos. Outr'ora precedia este devoto cortejo uma brava malta que se encarregava de fazer publico exame de consciencia aos pavidos bracarenses, semi-ocultos nas trevas da noite, e eram acusados, deante de todos, de alguma picardia ou irregularidade que mais lhes aprazia se conservasse em segredo". Já não há esta costumeira, "mas ainda o ruge ruge faz ouvir os seus roucos rugidos". É assim que esta matraca de pau agitada pelos farricocos recorda pela tradição oral o que o seu som estridente anunciava...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

grande plano geral

Chama-se plano geral - grande plano e é a última exposição do Reimaginar Guimarães.
São cinco painéis com filmes feitos a partir de imagens fotográficas da colecção de fotografia da associação Muralha.
São, mais uma vez, planos gerais e grandes planos de fotografias, oferecidos com um determinado tempo de visualização.

Somos, mais uma vez, conduzidos (mas não obrigados), a ver e a rever (quantas vezes quisermos) o pormenor do grande plano e o plano do pormenor: duma narrativa construída a posteriori, da família que envelhece no estúdio do fotógrafo, das telas que enquadram as famílias e que deixam entrever os que dela queriam fazer parte, da folia (acompanhada de música) e das 4500 imagens que fazem parte da colecção.


É, mais uma vez, uma exposição onde o imaginário tem lugar de primeira ordem.
E mais não digo, porque não queria que acabassem nunca estas "exposições" de fotografias de arquivo que não são exposições de fotografias de arquivo.


na Casa da Memória, até 24 de fev. de 2013
Avenida Conde de Margaride
Guimarães

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

invencíveis!

Há anos que me intrigam as pequenas notícias que são publicadas nos jornais da primeira década do século XX acerca dos invencíveis. Intrigam, porque não se explica que grupo é este - apenas que fazem sessões de cinema, sauraus e etc - e porque gosto do nome. Invencíveis. Descobri hoje que a colectividade se chamou antes "grupo dramático beneficiente união". Ainda bem que mudaram de nome. O seu fim é mesmo o que tinha calculado, por outras palavras: "promover festas e attractivos que possam chamar ao nosso meio um certo numero de forasteiros concorrendo d'esta forma para o engrandecimento d'esta antiga e nobre cidade dos arcebispos". Os Invencíveis proporcionavam aos associados alguns passatempos na sua sede (local ainda desconhecido), como a leitura e jogos.

Em 1907 foram eles que promoveram o "cortejo nocturno" nas "festas joanninas", para o qual compraram "um esplendido carro triumphal". Mas os sócios estavam mesmo animados era com a realização do "cortejo luminoso, que deve produzir um effeito deslumbrante". E assim se abrilhantaram as festas ao São João.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

amor aéreo



No verão de 1924 a imprensa bracarense publicou uma "recomendação" curiosa aos leitores: nas festas da Avenida, dias 5 e 6 de julho, para que os festejos se revestissem de maior brilho, todos deviam possuir o querido “Balão Amor Aéreo”, o "único que consegue cativar os corações apaixonados quando ele seja oferecido ás donzelas que os cavalheiros admiram e pretendem conquistar. É pois a única ocasião de aproveitar", porque, além do mais, apareceria também o célebre cinema movente! Como gostava de sobrevoar 1924 num balão aéreo... ou ser donzela admirada por cavalheiro... Bem, mas o que interessa mesmo, é que hoje, dia 12 de Dezembro de 2012 o meu mais novo faz seis anos! E que, para conquistar um amor, só é preciso saber amar. Como é que se sabe? Não sei, ama-se sem medo de amar?


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

cidades


Há um coração no desenho da cidade. Consegues ver?



Maria do Carmo Franco Ribeiro - Braga entre a época romana e a Idade Moderna. 
Dissertação de Doutoramento em Arqueologia. Braga: U. Minho, 2008.


domingo, 9 de dezembro de 2012

Se por acaso me vires por aí

Se por acaso me vires por aí
Disfarça, finge não ver
Diz que não pode ser, diz que eu morri
Num acidente qualquer
Conta o quanto quiseste fazer
Exalta a tua versão
Depois suspira e diz que esquecer
É a tua profissão
E ouve-se ao fundo uma linda canção
De paz e amor

Se por acaso me vires por aí
Vamos tomar um café
Diz qualquer coisa, telefona, enfim
Eu ainda moro na Sé
Encaixotei uns papéis e não sei
Se hei-de deitar tudo fora
Tenho uma série de cartas para ti
Todas de uma tal de Dora
E ouvem-se ao fundo canções tão banais
De paz e amor


Se eu por acaso te vir por aí
Passo sem sequer te ver
Naturalmente que já te esqueci
E tenho mais que fazer
Quero que saibas que cago no amor
Acho que fui sempre assim
Espero que encontres tudo o que quiseres
E vás para longe de mim
E ouve-se ao fundo uma velha canção
De paz e amor

Na sexta-feira acho que te vi
À frente da Brasileira
Era na certa o teu fato azul
E a pasta em tons de madeira
O Tó talvez queira te conhecer
Nunca falei mal de ti
A vida passa e era bom saber
Que estás em forma e feliz
E ouve-se ao fundo uma triste canção
De paz e amor.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

semanário bracarense


O número um da Ilustração Católica saiu a 5 de Julho de 1913. A apresentação da revista sugere objectivos e delineia metas - a primeira das quais é a de ocupar um lugar no seu tempo, que é de reorganização católica. Iniciativa de Joaquim António Pereira Vilela, a Ilustração inscreve-se no contexto do apostolado da boa imprensa que se seguiu à implantação da República. Propõe-se fazer a informação gráfica dos acontecimentos da vida nacional (principalmente dos factos da acção religiosa), mostrar temas de pintura, escultura e os retratos dos nossos homens célebres, com destaque para a literatura católica. Esta “revista litteraria semanal de informação graphica”, foi publicada com continuidade até 1919, tendo sido interrompida no período que vai de Maio de 1919 até 1927 e renascido entre 1928 e 1929.


Fabuloso repositório iconográfico do contexto nacional e internacional, à Ilustração Católica iremos buscar, de quando em quando, para trazer ao Braga Semanário, alguns acontecimentos da vida social bracarense.
            [a cochinilha vai ao Braga Semanário]

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

um para o outro

um para o outro by cochinilha
um para o outro, a photo by cochinilha on Flickr.
Ali, onde os galos olham um para o outro, fica o lugar onde a aldeia ficou adormecida dentro da cidade. Construída a EXPENSIS PUBLICIS ANNO 1639, a fonte dos Galos deu o nome a esta zona adormecida pelo pequeno caudal do rio Este, que já teve peixe, muito peixe, moinhos de farinha, azenhas e mós, lavadeiras e roupa a corar, uma fábrica de papel e mesmo banhos públicos, em virtude das águas férreas que aí brotavam.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Festa da Flor

Festa da Flor by cochinilha
Festa da Flor, a photo by cochinilha on Flickr.
"Como estava annunciado, realizou-se sabbado, n’esta cidade, a Venda da Flor em beneficio das victimas da guerra. A Venda da Flor prolongou-se por todo o dia, constituindo mais uma nota animada nos festejos sanjoanninos. No Bom Jesus do Monte e arrabaldes da cidade, a Venda da Flor realizou-se domingo."
junho de 1917


Publicação em destaque

as fontes discretas

já no distante ano de 2009, Maria do Carmo Serén publicou um artigo sobre a minha tese de mestrado, a que chamou de " as fontes discre...