terça-feira, 23 de outubro de 2012

Ama-se e pronto!



O Rui apresentou domingo publicamente a associação Braga +, na Torre de Menagem da cidade de Braga. Estava cheia a sala do último piso da Torre. Cheia de amigos - para além dos representantes de alguns partidos políticos da cidade. Amigos e amantes da cidade de Braga, que partilham um mesmo interesse - a preservação da memória.

A associação foi apadrinhada por Miguel Bandeira - que abriu a apresentação, com um discurso delicioso, como vem sendo hábito deste grande senhor. 
Miguel Bandeira, mas também Rui Ferreira, conseguiram emocionar os presentes, deixar em todos um sorriso nos lábios e o pensamento de que, todos, podemos fazer alguma coisa para que a história se escreva de outra forma daqui para a frente.

A história que é preciso conhecer para que saibamos valorizar o património, e para não cometermos erros do passado. Por isso a escolha da Torre de Menagem - que restou da demolição do Castelo em 1905, e sede da ASPA - não podia ter sido mais acertada. Porque representa, para além da evocação da nacionalidade, a história da história da defesa do património de Braga.

Do discurso do Rui, é de reter a afirmação de que "este não é um projecto partidário, liderado por qualquer facção política ou ideologia social. Este é, sim, um projecto político, no mais escorreito sentido deste termo e na sua mais bela expressividade. Somos para a “polis”, o lugar dos cidadãos e por essa polis nos unimos para debater, propôr e reflectir." Porque não são apenas os decisores políticos que constroem a cidade - somos todos nós - cabe a cada um participar mais activamente na sensibilização para a memória da cidade, na senda do "trabalho de cultura low-cost e de sensibilização para o património que vem sendo desenvolvido por diversas associações que, voluntariamente, se dedicam à memória bracarense", como a Velha-a-Branca ou a JovemCoop, e que dão azo um dinamismo que não necessita de orçamentos milionários ou de multidões mediáticas. O Rui, o Carlos, o Ricardo, e mesmo o Luís - não se podem mais queixar de estarem sozinhos.

Os amantes de Braga têm um sonho - um museu da cidade de Braga. 
Muito simplesmente porque "Braga é daquelas cidades que não se pode descrever. Ama-se e pronto!"


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

notas para uma história futura

passado e futuro by cochinilha
passado e futuro, a photo by Arquivo Aliança | Museu da Imagem|Câmara Municipal de Braga

A história do Arquivo Aliança está a ser escrita. A história dos estúdios fotográficos bracarenses também será escrita. Devemos a Luís Dias Costa a existência dos arquivos de Manuel Carneiro e do fotógrafo Arcelino, propriedade da ASPA, em depósito no Museu Nogueira da Silva. Devemos ao Luís, também, e entre tantas outras coisas, um pouco da história do Museu da Imagem:

"[...] Entretanto, Luís Mateus, deixou a Câmara, e o espólio que estava recolhido, em péssimas condições, num lugar húmido, numa pequena dependência da Casa dos Crivos foi, praticamente, redescoberto e perante o valor que tinham essas recordações da velha cidade alguém [...] sugeriu em boa hora que a Câmara se interessasse em criar um MUSEU DA IMAGEM, na cidade, o que veio a acontecer com a sua instalação, no Campo das Hortas, junto ao Arco da Porta Nova. E assim Braga pode recordar tempos idos através do espólio da velha FOTOGRAFIA ALIANÇA, no Largo dos Penedos."

Está aqui tudo o que nos contou acerca da criação de um museu pensado para albergar este precioso espólio da memória da cidade de Braga.



domingo, 14 de outubro de 2012

manoel carneiro

Bilhete postal ilustrado, 1903. 
Edição: Manoel Carneiro. 
Cortesia: Pedro Barros.






a cochinilha estreou-se 
nos postais ilustrados

ver aqui!

sábado, 13 de outubro de 2012

lisboa em braga

anúncio de imprensa, 1927

Depois de Braga em Lisboa, afinal, acabei por encontrar sozinha uma Lisboa em Braga. Continuarei contudo a acalentar a esperança de que encontre, acompanhada, mais Lisboas em Braga que não existe. Porque, na verdade, a dois, é muito mais divertido (mesmo sem o corte perfeito, a exímia execução e o meticuloso acabamento).


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

modos de ver

Teve hoje lugar no Salão Nobre da Reitoria uma mesa redonda subordinada ao tema modos de ver - os museus e os espaços de cultura, no âmbito da programação do Festival de Outono.
Carlos Corais e Isabel Cunha e Silva dos Museus Nogueira da Silva e D. Diogo de Sousa, e Manuel Sampayo do Paço de Guimarães (faltou Rui Prata, do Museu da Imagem), partilharam com a reduzida assistência as suas experiências na gestão dos diferentes espaços culturais. 
Já no fim do tempo, veio à baila a gigantesca diferença entre as duas capitais europeias, Braga e Guimarães, anuindo os bracarenses presentes com o facto de não poderem rivalizar com o ufanismo dos vimaranenses em relação à sua cidade. 
Gostava mesmo que os bracarenses sentissem a cidade como sua, mas a verdade é que o que é bom é viver Guimarães.

[Amanhã há Guelra, às três, no largo do Paço, e música, à noite, no Salão Medieval]

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Salão Recreativo

Salão Recreativo Bracarense by cochinilha
Salão Recreativo Bracarense, Arquivo Aliança | Museu da Imagem | C.M.B.

Foi primeiro Salão Recreativo Bracarense e depois Cinema S. Geraldo.
[Segundo Luís Dias Costa terá funcionado até 1950, data em que passou a cinema]
Hoje está ao abandono, numa praça da cidade recentemente regenerada.

programa do Salão Recreativo, 1927.


sábado, 6 de outubro de 2012

à flor da pele

a pele da Ana e da Sofia, 2002.


Conhecer um pouco mais profundamente a ex-namorada do ex-namorado pode ser algo extraordinário - ela sabe tão bem quanto nós o que sentimos, percebe exactamente o que queremos dizer. Não sabemos como é que as vidas se cruzam e se intricam umas nas outras, mas sabemos que está tudo à flor da pele. Por isso por mais que não queiramos que nada saibam de nós, o nosso corpo é indiscreto. A pele, por exemplo, em íntima ligação com o sistema nervoso, responde muito sensivelmente aos acontecimentos emocionais. E mesmo que não queiramos ligar às nossas emoções, elas encontram uma forma de falar por nós através da pele. E a pele chora.
Esta é a pele da Ana. Esta é a pele da Sofia. Duas raparigas que irradiam luz.



Esta pele é a da minha avó. Uma mulher que não fazia reserva dos seus sentimentos e que irradiava toda a força do universo. A pele da minha avó não chorava. Tão só porque não tinha medo de dizer o que sentia e mandava à fava todos os fantasmas - a única forma de encontrar espaço para sorrir a cada acordar e sentir que a vida é bela.


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Santos Lima

Santos Lima, 1921.

Muitas vezes o trabalho de procurar nos periódicos o rasto deixado pelos fotógrafos é desesperante. Tudo muda quando há, de entre todos os anúncios e reclames, um que se destaca [não é o caso deste exemplo sóbrio publicado nas vésperas do Natal].
Enquanto a maior parte dos proprietários das fotografias de Braga da década de 20 procura atrair clientes, Santos Lima, o homem que rodou "Portugal da Saudade", é, até ao momento, o único que usa o jornal para dizer, de modo delicado, algo como "eh pah,  não me procurem mais para fazer os vossos clichés! "

Publicação em destaque

as fontes discretas

já no distante ano de 2009, Maria do Carmo Serén publicou um artigo sobre a minha tese de mestrado, a que chamou de " as fontes discre...