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© All rights reserved by Catarina Miranda Basso
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Hoje a Geni faz 100 anos! Toda a família se juntou para grande almoçarada, cerimónia religiosa e troca de prendas e de memórias. Nas mesas de refeição alguém se lembrou de deixar um papel, a imitar o "portal da história", fazendo referência ao seu nascimento como um marco histórico.
Marco histórico é este: o de atravessar um século inteiro, viver no século XXI e ainda sonhar em aprender a mexer no computador, e quiçá em arranjar um marido para viver aconchegada os últimos anos de vida (que ainda devem ser muitos), ela que, até agora, não conheceu namorado...



Eugénia Alves Teixeira de Miranda, nasceu em Boticas em 24 de Junho de 1911, e vive actualmente, e desde há cerca de trinta anos, na rua do Sardoal da cidade de Braga, juntamente com a sua cunhada Maria Cláudia Miranda Botelho.
Durante cerca de quarenta anos dedicou a sua vida ao ensino primário, dando aulas pelas terras de Barroso (Boticas, Chaves e Montalegre).
Eugénia completou hoje 100 anos de vida, e a sua família e amigos prestaram-lhe uma calorosa homenagem nesta data tão especial.
Antes do almoço, realizado na cafetaria do Museu D. Diogo de Sousa, foi celebrada uma pequena cerimónia pelo Dr. António Sousa Fernandes à qual assistiram as cerca de 55 pessoas presentes, entre familiares e amigos.
Além das inúmeras prendas de todos os familiares e amigos que ali estiveram reunidos, Eugénia recebeu da Câmara de Boticas um diploma de congratulações e uma medalha da Vila. A sua vivência na cidade de Braga valeu-lhe também a oferta de lembranças típicas da cidade, como uma vela e um farricoco.
Foram lidos poemas e mensagens de familiares e amigos ausentes, recordadas memórias das terras de Boticas, bem como as da sua vivência na cidade de Braga.
Os familiares ofereceram-lhe ainda um álbum com imagens da sua história, desde a meninice aos dias de hoje, com a frase “só se envelhece quando sonhar se esvanece”.
A celebração terminou com discurso da própria Eugénia que, emocionada, muito agradeceu os gestos que para com ela tiveram sempre, e especialmente o de hoje. Eugénia terminou dizendo que ainda tem sonhos e esperança de que muitas coisas boas irão ainda acontecer na sua vida. Cem anos não significam para ela a proximidade da morte, antes uma passagem para um outro momento. O sonho de Eugénia ainda se não desvaneceu. Hoje ela sonha em aprender informática para que não se perca o contacto com as suas amigas, na sua maioria ex-alunas, com quem se corresponde ainda por carta. Eugénia tem receio de que, na ausência de cartas suas, as suas amigas pensem que ela já morreu.


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