domingo, 8 de janeiro de 2012

mete-te no comboio...

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Um dia que tu, leitor, esfalfadíssimo, entediado, moído, quiseres dar tréguas a tantas e tão variadas sobrecargas da vida intensa do século, para arejar o espírito, sai da maçada da conquista do pão e atira-te por este Minho, sem ideia de leres jornais e sem mesmo a companhia de um livro... Encaderna-te modesta e comodamente numa roupa folgada e começa a ver tudo quanto tens na terra – tudo quanto seja digno de ser apreciado, estudado e meditado! Arreda-te da politicagem, que não te adianta caminho (aqui me tens, republicano autenticamente histórico, que troca a mais lírica oratória do António José de Almeida ou todas as ironias picantes do Brito Camacho pela paisagem desta bem fadada região do Norte!)

Mete-te no comboio...

Quem me dera envelhecer (disse eu um dia, a um amigo) num lugar como os que vi, com muitas árvores, muito sol e poucos homens...  
(adaptado de Augusto Soucasaux, Setembro de 1915)


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