Avançar para o conteúdo principal

uma leitura dos Encontros de Fotografia de Coimbra





"Retomar percursos que o tempo interrompeu: uma leitura dos Encontros de Fotografia de Coimbra" é o título da Tese de Mestrado em Ciências da Comunicação que Mariana Gaspar apresentou à Universidade Nova em Março de 2013.


[clicando no título - acesso ao PDF da dissertação]


GASPAR, Mariana – Retomar percursos que o tempo interrompeu: uma leitura dos Encontros de Fotografia de Coimbra. Dissertação de Mestrado em Ciências da Comunicação apresentada à Faculdade de Ciencias Humanas e Socieais. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa, 2013.






resumo:

"A curiosidade e o interesse imediatos pela fotografia, apoiados no espírito objetivo e racional da modernidade, desde cedo justificaram a sua exibição: privilegiado o espaço simbólico da intimidade, breve, a fotografia migrou para o espaço público dos salões e das sociedades da época. Se na primeira metade do século XX houve lugar a algumas exposições que marcaram a história da fotografia, foi necessário aguardar pelos anos 70, para que a sua inscrição como criação autónoma entrasse nos lugares de exibição e difusão e encontrasse o espaço de uma eficaz divulgação; também entre nós, foi a partir desses anos que a fotografia iniciou um processo de reconhecimento, afastando-se da prática anterior, muito circunscrita à tradição associativa, exibida nos ‘salões’ da época. Essa rutura que se sentiu nos pressupostos estéticos, formais e autorais, conquistaria, na década seguinte, o consequente espaço de visibilidade que legitimaria e consolidaria a fotografia no universo da criação artística contemporânea. É neste contexto que se inscrevem os Encontros de Fotografia de Coimbra cuja primeira edição teve lugar em 1980, por iniciativa do Centro de Estudos de Fotografia da Associação Académica de Coimbra. Na ausência de uma cultura fotográfica em Portugal, assumem desde o início uma função divulgadora, sem omitir, em anos futuros, uma reconhecida capacidade de produção própria: se durante duas décadas assistimos ao fluir de um projeto que soube renovar-se e encontrar o equilíbrio entre o testemunho histórico e a progressiva integração da fotografia no contexto da criação contemporânea, e se no fim desse ciclo de vinte anos uma nova reformulação parecia ser suficiente a um outro projeto que se centrava agora no Centro de Artes Visuais, então porque se consumiu uma ideia e se estiolou um programa de ação? Com Retomar percursos que o tempo interrompeu, partimos de uma questão em aberto: seria ainda possível retomar um tempo e um projeto? Depois de um olhar breve sobre a história da fotografia em Portugal que suscitou o contexto e a oportunidade, procurámos, num segundo momento, ler os Encontros a partir das diferentes linhas de intervenção - da conceção e divulgação à comunicação e mediação, do ênfase dado à edição e à revitalização de alguns equipamentos locais aos aspetos mais relevantes da colaboração e do financiamento, da constituição de uma coleção à capacidade de ser exemplo e de influenciar os domínios da receção, da crítica e do mercado, avaliando o modo como essa intervenção se projetou para além do seu próprio espaço e tempo de ação. Finalmente, porque entendemos que uma leitura dos Encontros deve incidir também no questionamento ontológico da fotografia, tentámo-lo, partindo, por um lado, de alguns pressupostos teóricos e, por outro, discutindo a pertinência e a oportunidade de algumas marcas deixadas no seu percurso."

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Heróis do Homem e Cávado: Braga, Coimbras de Braga

Heróis do Homem e Cávado: Braga, Coimbras de Braga : No instrumento de Intituição ao Morgado de Nossa Senhora da Conceição, datado do ano de 1530, que o Doutor João de Coimbra, tinha licença... Boa tarde! Publica neste artigo uma curiosa fotografia em que se vê a primitiva casa dos Coimbras. Sabe-se data e autoria da imagem? Obrigada!

cangosta da palha

Correio do Minho,  25 de Setembro de 2011. © Arquivo Aliança | Museu da Imagem | C. M. B. Uma cangosta é uma rua ou caminho estreito e longo, ou um lugar de passagem estreita. Nesta rua, que já se chamou rua dos Congregados e que é por muitos conhecida como cangosta da palha já houve uma necrópole romana. Hoje leva o nome de rua D. João Cândido Novais e Sousa, em memória ao fundador da Creche de Braga, edifício que hoje ainda lá está - na esquininha, ao fundo da rua, do lado esquerdo, fica o berçário da Creche... No grande edifício que fica do lado esquerdo da fotografia funciona hoje o Centro Novais e Sousa, pólo da Associação da Creche de Braga - centro de actividades ocupacionais. O muro que se vê do lado direito da imagem pertencia à Escola Industrial , que em 1936 funcionava em dois pólos distintos: aqui e no edifício da rua do Castelo (idealizado cerca de 1905 para funcionar como Edifício das Obras Públicas, riscado por Marques da Silva). Parece que ...

Anna

Anna , a photo by cochinilha on Flickr. É a única vestida de preto entre as meninas de branco do mesmo grupo. É linda e o seu olhar intenso parece querer dizer algo. Não sei o quê, mas gostava muito de saber. A prova é tão grande que não cabe no scanner. É uma recordação das Pedras Salgadas (o que se queria recordar, pergunto?), fotografada também por uma menina, certamente mais velha do que estas, chamada Anna Magalhães Rodrigues. A Ana fotografou em Trás-os-Montes no início do século XX e há alguns postais ilustrados com fotografias suas. © colecção particular da família Botelho de Miranda