Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

mata

Correio do Minho, 4 de Dezembro de 2011.

Anna

Anna , a photo by cochinilha on Flickr. É a única vestida de preto entre as meninas de branco do mesmo grupo. É linda e o seu olhar intenso parece querer dizer algo. Não sei o quê, mas gostava muito de saber. A prova é tão grande que não cabe no scanner. É uma recordação das Pedras Salgadas (o que se queria recordar, pergunto?), fotografada também por uma menina, certamente mais velha do que estas, chamada Anna Magalhães Rodrigues. A Ana fotografou em Trás-os-Montes no início do século XX e há alguns postais ilustrados com fotografias suas. © colecção particular da família Botelho de Miranda

mistura milagrosa

*** , a photo by cochinilha on Flickr. Produzir manualmente negativos em colódio húmido é um processo muito complicado e fotografar com eles também, porque (entre outros igualmente complicados) só se podiam usar enquanto o colódio estivesse... húmido. A produção industrial de negativos de gelatina sobre um suporte de vidro veio alterar este panorama e facilitar a vida aos fotógrafos (e retratados). Mais fácil é hoje limpá-los, sempre sobre o lado do suporte (emulsão para baixo), com uma mistura igual de água destilada e álcool (e outros quês que mais). Mas o mais importante de tudo é nunca remover o carmim ! Para mais pormenores, recomenda-se assistir à semana da fotografia da Golegã , ou consultar um técnico de conservação e restauro de fotografias. Há muitos, e bons, aqui . Juro que não tenho comissão.

semana da fotografia

© Casa - Estúdio Carlos Relvas Se tivesse que escolher uma cidade para capital da fotografia em Portugal elegia a Golegã.  A Golegã, não por ter sido o lugar onde Carlos Relvas construiu o seu inigualável templo da fotografia , mas porque a sua Câmara sabe valorizar este maravilhoso legado. Depois de ter sido comprada nos anos 70 pela C.M.G., a colecção de Relvas foi transferida para o Instituto Português de Museus passados 20 anos, tendo regressado à origem em 2008, altura em que foi provisoriamente instalada numa câmara climatizada na Biblioteca Municipal. É aqui que a colecção fotográfica está a ser cuidadosamente tratada (com todos os preceitos a que a mesma obriga) ao abrigo de acordo com a Lupa . A empresa para aqui destacou uma equipa especializada que, desde novembro de 2010, procede à limpeza e acondicionamento dos cerca de 12000 negativos que constituem a coleção (a maioria negativos de vidro em gelatina e prata, e cerca de 5000 colódios húmidos). Esta seman...

whittoyne

[muitas histórias começam com era uma vez , mas as histórias da fotografia começam quase sempre por no estúdio do fotógrafo , ou também no carimbo do fotógrafo , ou ...] Foi no verso duma fotografia de Joaquim Coelho da Rocha que encontrei este nome estranho (estrangeiro) que me fez sentir o desejo de saber mais: Whittoyne . Recreios Whittoyne. Feliz e infelizmente, encontram-se na rede milhares de documentos que de outra forma nunca viriam à superfície. E assim Whittoyne apareceu - numa acção de capital nominal da Empeza Exploradora de Recreios Whittoyne ; no título de um artigo, Os Recreios Whittoyne   [na publicação Lisboa do meu tempo e do passado, de João Paulo Freire (1929-1930)], na obra Feiras e outros divertimentos populares de Lisboa , de Mário Costa (1950), num artigo de Manuel Villaverde e numa tese de mestrado de Licínia Ferreira (2011). N' A velha Lisboa , diz-se que depois de 1755 se construíram algumas casas de espectáculos públicos (praça de To...

sou ribatejo

© feitoria Há muitos anos atrás, quando andavamos na escola primária, tivemos que decorar um dizer acerca das províncias de Portugal. A mim calhou-me o Ribatejo... O exercício era difícil: primeiro decorar muito bem o que tínhamos de dizer até ao dia da representação, em que era suposto estarmos todos acocorados enquanto cada província falava . Além de não ter veia teatral,  era então extremamente tímida, e recordo-me do medo que tinha de não conseguir falar quando chegasse a minha vez. Nos ensaios, quando a Estremadura ou a Beira Baixa terminavam, era a minha vez de me levantar, gesticular, falar em voz alta, e voltar a fechar-me para que as outras regiões se fizessem ouvir. Este verão voltei ao Ribatejo e lembrei-me deste episódio. Ontem à noite, ao entrar na Golegã, veio-me de novo a minha deixa à memória: ... sou o Ribatejo valente de muito sol e touradas costumo andar contente por lezírias e levadas ...

flâneuse

Um flaneur pode bem ser alguém que se passeia ou move sem um propósito ou direcção pré-definidos, que viaja sem destino marcado, que dá um passo atrás do outro de forma descomprometida e relaxada. Uma flâneuse pode bem ser a Sofia. A Sofia está assim no mundo - she loves to roam, to laugh, and to take pictures! Para qualquer lugar que vá, descontraídamente, leva a máquina fotográfica consigo. O mote para a exposição era 'olhares no feminino', e a Sofia decidiu apresentar algumas fotografias dos muitos lugares por onde andou. Um olhar feminino sobre os lugares? Não, a Sofia acha que as fotografias são unisexo. Será que conseguimos descobrir o sexo do fotógrafo vendo as suas imagens? Não sei. Só sei que (foi o que ela me disse) estas fotografias obedecem a uma certa matemática, e que são todas tiradas em tilt shift - um nome esquisito que quer dizer que é tudo menos photoshop e que não é fake tilt shift . Ou seja, a Sofia usa uma lente que não encaixa na máquina fotogr...